terça-feira, dezembro 27, 2005

Sonhos, desilusões... e sorrisos

De luzes apagadas para o mundo, com a janela e a porta bem fechadas, liberto as vozes que murmuram, à muito, dentro de mim o desespero da dor e da espera... Quanto mais cresço mais perco a vontade de continuar! O mundo que me apresentaram de pequenina não se enquadra com o que hoje vou conhecendo. Ando às voltas à procura dos valores e das emoções saudáveis que afirmaram e afirmam que existem e pouco encontro... como pensava que iria encontrar!

Ainda recordo aqueles contos encantados que povoaram a minha infância, aqueles sorrisos cheios de vida que enfeitavam os meus dias, a magia dos momentos em que baloiçava bem alto no parque que já não existe, ainda sinto o cheiro dos doces que me davam apenas para me fazerem feliz... Era um mundo em que a ignorância era a mais saudável fonte de felicidade. Não saber, não conhecer, apenas sentir!

Hoje, ando pelo mundo à deriva deixando para trás os sonhos de criança, perdendo toda a esperança que conquistei!
Entristece-me sentir que cada ser vive sozinho neste mundo apesar da imensidão de seres que com ele partilham o mesmo mundo.
Eu olhava o futuro e imaginava que tudo era possível e que o amor reinava em todos os corações. Queria dar de mim para salvar os animais abandonados, as pessoas com fome ou solitárias, ansiava pelo bem e acreditava que ele podia existir!

Lembro-me perfeitamente da simplicidade dos meus sonhos... Para mim existia um Mundo e por ele desejava e sonhava. Sempre que pedia um desejo, ou pela estrela cadente que atravessava os céus, ou pela pestana que caía na face, o meu desejo era que o mundo fosse apenas feliz. O Mundo, o mundo todo! Não me lembro de pedir apenas para mim. Sempre pensei que para a minha felicidade existir teria que ver tudo à minha volta partilhando esse sentimento... Mas o tempo foi-me mostrando que esse Mundo não existe nessa forma tão harmoniosa e eu perdi as esperanças e a vontade de sonhar...

Às vezes pergunto-me de que vale a minha existência... Por mais que eu dê ou faça algo pelo mundo não consigo ver respostas ou resultados. E nem sempre estou em condições de o poder fazer. Em primeiro tenho que sobreviver a todas as crueldades do mundo e só depois posso dar algo de mim... E é tão difícil sobreviver...

Sabem? Muitas são as vezes em que tento esquecer que o mundo é assim tão frio... Nessas alturas solto um sorriso e tento partilhá-lo. Sinto um prazer enorme quando me apercebo que consegui oferecer um momento leve e saudável a alguém apenas com um simples, mas sincero sorriso... No meio de respostas arrogantes ou que apenas ignoram o meu gesto ainda existe quem o recebe com a mesma intensidade com que o ofereci... Felizmente nessas alturas ainda tenho vontade de continuar!
A maior parte das pessoas nem imagina o quanto se pode fazer alguém feliz com um simples sorriso... Um simples, mas verdadeiro sorriso!

domingo, dezembro 18, 2005

Estou cansada...

Balancei nos braços da tristeza que nunca assumi ter dentro de mim... Senti o vazio em que me consumo sem me aperceber. Ela sempre existiu por mais que a negasse e hoje voltei a encontrá-la!

Não posso negar que por mais que uma pessoa lute para sem manter distante e se abstraia do mundo negro que a envolve não caiamos na tentação de sentirmos tudo de uma forma bem intensa. É muito bonito vermos o mundo todo às cores, imaginarmos que tudo pode ser resolvido, mas nem sempre conseguimos ser racionais e nessas alturas todas as teorias perdem o sentido.

Tenho plena consciência que muitas das minhas acções e interpretações do mundo são directamente influenciadas por essas recaídas na escuridão. Posso viver ignorando as mágoas que me percorrem as veias, mas não consigo controlar as reacções condicionadas pelo influente inconsciente massacrado pela vida. Quantas vezes já me inseri em cenários completamente destorcidos, culpando o mundo e agindo mal perante ele, pelo simples facto de noutras circunstâncias já ter sentido tanta crueldade que me fez perder as esperanças.

Muitas são as pessoas na minha vida que não têm culpa! Mas que hei-de eu fazer a esta dor que me persegue? Como posso eu voltar a acreditar ou a reaver os meus sonhos? Tenho tanto medo de um dia deixar de ter forças... de ficar pelo caminho! Tenho tanto medo!

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Os sonhos...(2)

Todos temos os nossos sonhos, os nossos medos, as nossas frustrações, os nossos segredos... Todos estamos de mãos dadas nesta missão de viver e, ao mesmo tempo que vivemos partilhando essa missão, separamo-nos por todas estas coisas pessoais e só nossas que nos acompanham só a nós...

Eu sonho e sonho e sonho... Adoro sonhar! Faz-me bem à alma, acalma-me e dá-me forças! Acredito que sonhar me pinta a vida e lhe dá magia. Envia para o meu mundo um pouco de música e anima os momentos mais cansados e desmotivados.

Mas pelo mundo fora existe quem não admite que sonhar seja saudável. Existe que rejeite o seu poder imaginativo e sonhador... As razões são muitas... Desde o constante sofrimento e desilusão por esta vida à fraca sensibilidade pela fantasia. Para mim quanto mais rejeitam a magia de sonhar mais frios se tornam esses mundos isolados. Se a vida tem sido cruel mais uma razão para sonhar, para procurar a felicidade, nem que esta apenas exista sob a forma imaginária.

Os sonhos não precisam de se tornar realidade para nos fazerem bem. Eles apenas precisam existir nas nossas mentes. Basta sentir... se acontecerem, melhor!

domingo, dezembro 11, 2005

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Existe!

A felicidade pode ser apenas calma e sossego e a euforia e alegria pode ser apenas uma felicidade enganosa.

Quantas vezes sou envolvida, numa forma contagiante e bem visível, de uma felicidade que não respiro apenas para acreditar que ela existe em tudo o que somos, independentemente do que acontece em nós! Essa não é a felicidade que procuro dia após dia no meu diário de emoções.

Quando, pelo caminho, tropeço na sua magia eloquente, aí sim, sinto todo o meu corpo e minha alma em reacção com o mundo numa forma espontânea e verdadeira. Fico calma e a minha respiração adopta um ritmo suave e saudável... Nada mais me incomoda ou atormenta quando me cruzo realmente com a felicidade.

São esses breves momentos de paz e amor que me preenchem todas as dúvidas e me dão a possibilidade de ser eu mesma sem medos ou complexos. Sim! Porque a felicidade em mim provoca isso. Para ela e nela me dispo e me confesso. Sou livre e consigo voar pelos meus desejos e sonhos sem contradições. Não perco os sentidos, sou fiel a mim e ao mundo!

Mas nem eu nem ninguém a conseguimos ter nos braços por muito tempo. É difícil segui-la e facilmente nos despistamos. Mas ela existe! Ela existe em toda a sua plenitude e pureza. Não vale a pena desistir de a encontrar! Porque ela existe!

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Gotinhas do céu!

Um céu escuro desfazendo-se em lágrimas geladas sobre o mundo desorientado.
Gotinhas do céu que trazem as lamúrias dos que miram a sua infinidade.
Que lavam as almas e congelam em si os males que nos atormentam.
Lágrimas que teimamos em não derramar por orgulho ou cobardia.
Lágrimas que nos tocam mas que não nos acusam.
Gotinhas do céu!

Sente-se o frio e arrefecem-se as vozes que deviam falar.
Contém-se num silêncio profundo o eco dessas gotas com que chocamos.
Fala-se do sol e disfarça-se a escuridão com uma vela que pouco aquece ou ilumina.
Não sabemos chorar como o céu mas não o lamentamos.
E derramamos em nós as maiores desculpas, mas que não são nossas,
Como nossas são essas gotinhas do céu!

Dentro dos corações batem bem fundo perfurando as consciências
Um plim plom que se mistura com as batidas deles mesmos
Ritmo das lágrimas que percorrem o nosso corpo mas que dele não saem
Lágrimas nossas...

Lágrimas da vida
Gotinhas do céu!

sexta-feira, novembro 25, 2005

Não quero mais ter medo de ti!

Depois da vida penso agora na morte. O medo instala-se e tremo só de pensar. Inclino-me mais em acreditar que somos simples animais, seres como todos os outros, apenas dotados de racionalidade, e que temos um período de tempo incerto na forma de humanos e quando morremos tudo termina, que não existe nada mais além do que a existência na terra. Somos matéria e apenas temos uma parte de nós conjugada de tal maneira que nos faz ter esta estranha forma de consciência que julgamos ser diferente dos outros seres. Além destes momentos que denomina-mos vida não temos mais nada. Sei que me assusta ver as coisas desta maneira, mas parece-me ser a mais correcta.
Tenho medo de perder determinadas pessoas à minha volta, de perder momentos com elas, tenho medo de desaparecer sem conseguir realizar tantos sonhos que tenho, sem ter dito ou feito tantas coisas que quero, mas que ainda não tenho coragem. Por isso tenho medo da morte. Assusta-me ver esse fundo preto por detrás da nossa existência. Perturba-me não encontrar sentido para a vida encarada desta forma. Preferia acreditar num Deus, numa constante encarnação de almas... assim já não teria tanto medo da morte. Essa que me afasta de tudo o que amo e que me impede de continuar a amar.

Deixo cair lágrimas inconsoláveis no meu rosto pelo desespero de não conseguir acreditar em Fadas e Deuses e mundos encantados e felizes que expliquem o final da nossa vida por aqui... O medo da cobardia de mostrar que amo as pessoas da minha vida e de um dia perder a oportunidade abala-me, mas não me dá forças!

Deveria sorrir por poder sentir tantas coisas boas nem que seja apenas por alguns anos...
Deveríamos todos sorrir e aproveitar!

Talvez seja isso que me vá ajudar a perder o medo... É mesmo isso! Vou amar a vida e os seus momentos felizes. Vou amar quem me quiser também amar. Vou começar a ignorar a tristeza e o medo. Quem me quer bem e tudo o que me faz bem merece a minha atenção, o resto não importa! Afinal depois de tudo isto não existe mais nada, para que guardar amargura e sofrimento.

Mundo que me ignoras esquece-me, porque eu vou tentar esquecer-te!

quinta-feira, novembro 24, 2005

Podia ser simplesmente natural!

O mundo gira, naturalmente, à volta apenas das necessidades básicas.
As plantas, os animais, os fungos, todos os seres imagináveis alimentam-se uns dos outros. Produzem e consomem e assim a vida segue. Os seres reproduzem-se, uma energia gere a outra e assim o equilíbrio mantém a existência de todos.

Parece fácil quando se vê o mundo do ponto de vista mais esquematizado. Tudo parece ter lógica!

Para nos mantermos precisamos uns dos outros. Precisamos até do resto do universo, de toda a energia que recebemos dele.
A natureza tem regras que não são questionadas por nenhum ser, vivo ou não vivo! Tudo se dá por algum motivo e não se coloca em causa a ordem que está preestabelecida por ela. Mas o ser humano quis criar as suas leis. Quis dar uso à capacidade que tem e estragou tudo, ou pelo menos vai estragando.

Inventou-se o viver em sociedade, quando já se vivia assim à muito tempo. Inventou-se que tínhamos que ser diferentes.

Somos seres que vivemos da natureza e dela extraímos a nossa existência. Devíamos louvá-la e não apenas procurar o nosso bem-estar sem antes pensar nela, de uma forma geral. Temos fome e vamos buscar o nosso alimento à natureza, temos sede, frio, calor, e vamo-nos confortar na natureza.

Durante a vida consumimos enquanto podemos e depois da morte oferecemos o nosso corpo à terra onde retirámos os anos de vida que podemos gozar.
É um simples ciclo que resolvemos desequilibrar com a nossa mania de génios... Assim, vamos destruindo tanto o nosso futuro, como o de alguma parte da natureza que nos criou!

Como outros animais reproduzimo-nos, em primeiro lugar, para manter a nossa espécie. No entanto a racionalidade e a invenção de leis levou este simples acto da natureza a ser questionado. A beleza que envolve o sexo na raça humana foi associada a pecado.
Cada animal tem um determinado ritual de acasalamento que constitui na selecção dos requisitos para que se origine a reprodução com o parceiro ideal para ter uma descendência. Nós não somos muito diferentes! Também temos o nosso ritual. A conquista! Para o ser humano o requisito talvez seja o amor. O amor terá surgido como a atracção por determinadas características de uma outra pessoa que no inconsciente da pessoa sejam ideais para uma possível descendência. É claro que, como seres racionais, temos mais parâmetros que envolvem a reprodução humana, mas o que queria frisar é que, de uma forma simples de ver o sexo, tudo tem lógica como no resto da natureza, nós é que resolvemos complicar!

Em tudo na vida dos homens se complicou com as leis deles. O que poderia ser natural passou a ser bem artificial e a natureza, generalizadamente, acaba por sofrer com isso.


segunda-feira, novembro 21, 2005

Razões...

Olho á minha volta e procuro razões... Mas razões para quê? Para ser feliz ou infeliz? Porque é que simplesmente não sigo o meu caminho sem fazer estas questões? No mundo, uns seguem outros ficam a ver seguir. Mas cada um tem os seus objectivos e o meu parece não ser simplesmente seguir. Eu gosto de ver, de reflectir, de procurar razões e por vezes atropelo-me com tantos pensamentos e só me salvo quando alguém me ajuda a desençarilhar dos nós que faço.
Sou capaz de me deleitar com o prazer do momento, assim como sou capaz de o questionar. Vivo e penso quando deveria apenas viver. Sou fácil e díficil de entender. Mas o mundo também!

Ontem à noite, estava eu á janela do meu quarto, sem pensar em nada de especial, quando reparei num casal, já com os seus 50 e poucos anos, que passeava o seu cãozito no jardim do nosso bairro. Fiquei a pensar como viam eles a vida. Eles devem ter as suas preocupações. Os filhos que cresceram e os netos que podem já ter, as contas que todos os meses têm que se pagar, o país que anda mal, as doenças que começam a chegar com mais frequência, a vizinha nova que faz muito barulho... As preocupações do quotidiano... Um casal que vive junto à cerca de uns 25 anos, digo eu pela idade do filho mais velho, e que passeia calmamente pelo jardim do bairro. Os sonhos que já devem ter tido e que nunca realizaram, as desilusões que já viveram, os momentos lindos das suas vidas que nunca vão esquecer, o tempo que já passou e não volta mais! Ainda se amam, pelo jeito com que andam, ainda devem fazer amor à noite, talvez não como antigamente, mas com amor... E têm-se um ao outro para o bem e para o mal... Para quê perderem tempo a procurar razões, se a vida lhes foi trazendo as que eles precisavam conhecer?

Assim me pergunto eu, o que quero eu procurar... Assim também o mundo se deve questionar. Pequenas coisas fazem as grandes. Por vezes nem precisamos entendê-las! Razões? Razões para quê? O amor é a razão maior. Com ele tudo o resto se torna mais fácil de viver... e mais bonito, também!

sexta-feira, novembro 18, 2005

Só e desamparada!

Tão só... Tão desamparada e perdida que anda essa alma encandeada por ilusões. Eu vejo nela os desejos e vontades, mas não encontro a segurança. Toda a alma tem o seu refúgio, todos procuram a paz de espírito, mas para todos é diferente essa paz... Essa alma que vejo é sonhadora dos dias e das noites que percorre, move-se pela paixão e acredita que tudo o resto também se move da mesma forma. Ela dá passinhos leves sobre o seu caminho para não ferir a estrada, ela canta baixinho para não ofender o canto dos pássaros, ela avança sozinha por entre todos os perigos para não pedir ajuda aos que seguem mais á frente para que estes não tenham que voltar atrás ou parar. Ela vai sozinha com seus sonhos e sua tristeza dentro da bagagem. Carrega os sorrisos e as lágrimas como tesouros sagrados. Neles liberta todo o seu estado e exprime em silêncio os seus sentimentos. Mas vai tão sozinha e desamparada...

quinta-feira, novembro 17, 2005

A sonhar...

Eu podia ser um simples corpo físico
um gota ou uma pétala
podia ser um raio
luz ou chama
Podia ser uma pedra...
Ser um átomo, até!
Eu podia cair sobre as colinas
como a chuva
Podia assobiar pelos horizontes
como o vento
Florescer como as flores...
Encandear o mundo
como o sol!

Tudo o que eu podia, mas não posso...
Tudo o que não me espera ser um dia...
O que não sou!


Entre o sonho e o real a distância não se vê. É tão longe a sua linha que não tem alcance. Eu já procurei a ligação mais próxima, e ainda não encontrei!
Pensar no que não se pode tendo conhecimento disso é desalinhar-nos da nossa consciência. Eu posso sonhar mas não devo exagerar. Não me posso deixar envolver pela fantasia e simplesmente descarrilar... O que eu desejo, o que eu anseio é a verdadeira consistência dos meus sonhos. Daí extraio toda a divagação. Porém também posso inventar e desejar por desejar... O sonho não tem regras. Eu posso escolher. E se quiser divagar ainda mais, assim o farei! Só não me posso esquecer do que estou a fazer...
A sonhar!
Simplesmente a sonhar!

segunda-feira, novembro 14, 2005

Ilusão

Fiquei a olhar o céu à espera que surgisse o sol... A noite era longa e nunca mais nascia esse astro cheio de luz para me indicar o caminho. O frio imobilizava-me e eu não tinha forças para procurar um abrigo. De repente uma luz forte rasgou o céu e brilhou por uns segundos na minha direcção até se desfazer no negro daquela noite. "Um desejo, um desejo!", pensei eu, mas a necessidade de aconchego falou bem alto e não precisei de pensar muito. Ri-me comigo por estar ter a reacção infantil de pedir um desejo ao ver a estrela cadente e continuei à espera do sol. O sol não veio... O dia amanheceu, mas o sol ficou escondido atrás das nuvens...
Acordei. Era tudo um sonho!

Assim, como no sonho, também parece estar escondido, em tons de ilusão, o que acreditava ter na realidade. Posso pensar que tenho o calor que tanto desejo, mas apenas tenho o calor que me querem dar. Posso acreditar em tudo o que alguém me diz, mas só ouço o que alguém quer que eu ouça. Como por magia surge a felicidade e a tristeza. Tudo sem eu conseguir controlar. Eu só espero, como no sonho, pelos dias do sol. Eu só fico, como no sonho, imobilizada em cada cenário que existo. Sinto-me uma criança que acredita em fadas e que é motivada a acreditar nelas. Sei de tudo isso, mas é tão boa a ilusão que se torna difícil de sair dela!

domingo, novembro 13, 2005

Fora de mim!

Ontem viajei muito para além de mim... Não era eu que deambulava por todos aqueles sítios que estivemos. Talvez até tivesse um pedaço de mim, mas estava tão envolvido em fantasia que não me pertence que me distorcia de mim própria.
Brinquei, saltei, gritei, cantei, dancei, fiz imensas coisas que costumo fazer, mas mesmo assim não era eu! Fugi de mim para não estar tão perto do que remexe a alma e me deixa tão confusa. Estava tão divertida e mesmo assim só me apetecia ir para bem longe dali. Voar para onde pudesse ser eu mesma, simples e apaixonada pela vida.
Tantas pessoas à minha volta... Tantos pensamentos e intenções diferentes uns com os outros! Para mim bastava a presença de uma... Uma só pessoa! E talvez pudesse ser eu mesma! Porque para ele eu sou, não preciso fugir de mim e sinto-me bem por isso. Certamente que os meus sorrisos seriam mais verdadeiros e a alegria que eu reflecti seria aproveitada.

Precisei de ti!

quinta-feira, novembro 10, 2005

Tempo maroto!

Como o tempo é maroto e nos pode deixar entontecidos com a sua astúcia... Como é tão maroto... Por vezes engana-nos fazendo-nos pensar na sua eternidade e infindável sabor, outras vezes escorrega-nos das mãos e nem damos conta dele nos deixar!
Foi o tempo que me fez... Com o tempo foram-se percebendo as pequenas coisas que me iluminavam e me construíam e assim fui surgindo nos céus como mais uma luz do seu universo. Passeei pelos seus caminhos em passos lentos... Por vezes caí! Levantei-me e aqui estou hoje pronta para mais uma caminhada cheia de aventuras e desventuras. O tempo, esse maroto, vem comigo e dá-me para carregar o peso de todas as lembranças que me vai oferecendo como presentes da vida. São como peças de um puzzle que tento juntar para perceber as razões de todos os meus passos. Já consigo ver imagens neste amontoado de peças e já percebo muita coisa. Penso que no final vou conseguir ver um desenho em que se conjugam as cores do amor, da alegria e da sinceridade das minhas emoções com as cores dos tombos que dou e de todas as suas feridas. Já juntei peças para amar... Já, juntei peças para me perceber... aos poucos vou conseguindo! No entanto também existem peças escuras que conheci pelo decorrer do meu tempo que não percebo como encaixá-las. Se calhar são mesmo para me confundirem e não me pertencem... O tempo é mesmo maroto!

quarta-feira, novembro 09, 2005

Palavras minhas!

Sou como um olhar que espreita sem se deixar ver... Talvez pense que falta o antídoto para este feitiço de desconfiança e que ele exista apesar de eu ainda não o ter assumido ou encontrado. Falo de tudo e de tudo gosto de reflectir mas sobre mim...sobre mim mesma, custa tanto encontrar as palavras, custa tanto encontrar as pessoas que realmente nos ouvem e não ignoram essas palavras, custa tanto que alguém perceba cada "emoçãozinha" que nos toma por cada lembrança boa ou má que descrevemos... custa tanto! Tanto que aprendi a silenciar a voz que gritava dentro de mim sem se fazer ouvir pelo mundo que agora não consigo ou deixei de saber usá-la.
Gostava, a sério que gostava, de mudar isso em mim. Em vez de procurar a diversão e a palhaçada para distrair essa voz, podia procurar o caminho para a libertar. Era muito mais fácil de lidar comigo própria e de os outros me perceberem, ou pelo menos aqueles que eu quero que me percebam. Em vez de enrolar os sentimentos em disfarces de solidão, de me encarcerar no silêncio incompreensível para o mundo e de arrumar dentro de mim as mágoas que se transformam em armas contra a felicidade, poderia simplesmente ser eu mesma. Não seria sempre feliz, como tento ser, mas seria mais intensa a felicidade que sentiria se deixasse soltar de mim essas palavras que ainda não disse a ninguém.
Talvez!
Mas também existe o medo... O medo de essas palavras caírem em mãos que não as saibam segurar.
Tenho medo de cair junto com elas e de não me saber levantar!
...Muito, muito medo!

terça-feira, novembro 08, 2005

Olhando uma flor!

Olhando uma flor... Simples! Uma simples flor selvagem que floresce em campos e terras esquecidas de alguém e tonaliza a paisagem com seus tons dispersos pelo horizonte. Dessa forma pode-se encontrar a magia de uma beleza escondida nessas pétalas misturada com os aromas que nos entontecem a razão... Um simples momento que nos pode oferecer valiosas sensações de prazer e paz. A olhar simplesmente para uma de tantas flores incógnitas da natureza, inspirando o momento como se fosse o último, que importância têm os nossos problemas? Que importância tem a maldade dos outros? Para quê gastarmos as lágrimas com a escuridão se podemos alimentar estas flores com as nossas lágrimas de contentamento pela visão mágica que nos oferecem?
Olhando uma flor...
Assim posso ver o quanto estive errada quando me deitava com as imagens dos obstáculos que vivia, quando me poderia, apenas, embalar em pensamentos e recordações saudáveis que vou adquirindo... Também à volta desses campos esquecidos pelo mundo se vêem nuvens e escuridão, mas aquela flor está lá apesar disso. Para quê desviar o olhar dessa maravilha?

sexta-feira, outubro 28, 2005

Talvez precisasse mesmo de existir...

Hoje observei, durante horas, paisagens, pessoas e atitudes. Foi um momento longo de introspecção... Vi como tudo à minha volta se movimenta sem que eu tenha que existir... A vida avança e não espera por nós. A natureza transforma-se, mexe, nasce, cresce e morre e eu nem preciso existir. As pessoas fazem a sua vida normal, dormem, comem, trabalham, amam, odeiam e eu não preciso de existir. O mundo age, discute, guerreia, festeja e eu nem preciso de existir...
Sou apenas um ser que vive porque tudo o resto existe, mas tudo o resto parece não existir porque eu existo. Sou como um pequena gota que cai do céu com as outras gotas quando chove. Sozinha não teria grande significado, sem ela a chuva cairia da mesma forma e nem se daria conta da sua falta, mas no entanto é uma das gotas daquela chuva cada uma tem o seu pequeno significado que num conjunto se revela ao mundo e ganha importância! Sim, deve ser isto que consegui entender do que observei, hoje à minha volta. No mundo podemos parecer seres insignificantes e sentir que a nossa presença não tem grande significado à luz de tudo o que nos rodeia, mas nada aconteceria se cada um de nós não existisse. O mundo seria diferente se cada um de nós lhe faltasse, não melhor ou pior, mas simplesmente diferente. Não há dúvida de que somos importantes! E mesmo que me pareça que o mundo consegue existir sem mim não posso acreditar. Eu sou um dos alicerces da sua existência. Cada ser, cada vida ou não vida neste mundo faz dele o que ele é. Por isso eu sou importante...

O mundo movimenta-se à minha volta enquanto fico sentada num banco de jardim olhando para ele… O mundo anda e eu estou ali parada a olhar… Parada…

quinta-feira, outubro 27, 2005

O que fui deixando para trás, só para seguir em frente!

Um dia, quando tudo me parecia seguro, quando as ruas da minha terra já me eram familiares e já escondiam histórias minhas, quando as pessoas que me rodeavam já pertenciam à minha rotina, tudo mudou. Assim de repente mudei de ambiente, de pessoas, de casa, de escola... e tudo o que tinha construído até então foi deixado para trás como recordação e comecei do nada! Assim sem conhecer a calçada da minha porta, sem conhecer o cheiro daquele ar, sem conhecer ninguém! Até o sabor da água era diferente, tudo ali era diferente. Eu era diferente!
Foi duro construir raízes, conquistar terreno naquela zona já conquistada por outras pessoas tão diferentes de mim. Eu era criança e queria era brincar... mas os amigos não eram os meus, e os baloiços também não eram! As ruas eram desconhecidas e tudo me parecia um labirinto. Estava desorientada!

Eram as férias de verão e todo o tempo livre que tinha era para descobrir aquele novo mundo que me havia surgido. Em cerca de dois anos consegui criar, novamente, laços e descobrir novos amigos, mas tinha ficado a saudade das pessoas que nunca mais vi, das ruas que onde nunca mais brinquei...

Certo dia, quando já tinha vida e histórias naquele lugar, quando já tinha esperanças de um dia ser também daquele lugar, tudo voltou a mudar. As ruas, as pessoas, a escola e os amigos! Voltei a sentir aquele vazio e aquela impressão de não pertencer a lado nenhum e de não conhecer ninguém. Estava novamente na estaca zero e tive que reiniciar a nova conquista. Agora com o peso de mais uma perda e com o peso da idade. Sim, porque cada vez mais era mais velha e cada vez era mais difícil de me sentir em casa onde quer que fosse.

Os anos passaram e conheci muitas pessoas, muitas ruas e aprendi a sentir-me da terra. Hoje entendo que todas as mudanças foram para melhor, mas ainda sinto a saudade dos cheiros, das ruas, dos baloiços, das pessoas e dos amigos que deixei para trás...

E um dia, um outro dia como um dos que já vivi, quando me sentir em casa, tudo vai mudar! Tudo! E será sempre assim até morrer!

O tempo passará por nós e nós vamos passar uns pelos outros deixando sempre coisas para trás. Só assim conseguimos seguir em frente!

terça-feira, outubro 25, 2005

As pessoas mudam!

As pessoas mudam... A vida passa por nós e faz-nos mudar. Tantas coisas que pensávamos nunca mudar e que com o tempo mudaram sem sequer nos apercebermos de tal.
É tão estranho quando reparamos na mudança. Se não pararmos e pensarmos nela, às vezes nem sequer a vemos. A pouco e pouco tudo se muda e como tudo parece igual nem se nota. Mas não está! Nunca está sempre tudo igual. Estamos sempre a crescer, para o lado certo ou não, mas estamos sempre a crescer. Existe sempre algo de diferente em nós em cada segundo de vida que gastamos. Em nós e ao nosso redor... A natureza é a prova concreta de que tudo está em constante crescimento e alteração, transformação. Cada pormenor que se altera pode parecer insignificante, mas um conjunto enorme de pormenores ao longo de um determinado tempo pode virar completamente o leme que nos guiava num certo percurso. E assim as coisas mudam... e nós nem damos conta!


Quando era criança tinha acesso a uma janela do mundo, e tudo o que conhecia a partir dessa janela que tinha aberta para mim, me induzia a ser de uma maneira, a ter determinados sonhos. Com o tempo fui conhecendo outras janelas e mesmo outras portas. Isso fez-me alterar certas ideias e mudar muitas vezes a minha atenção para coisas completamente diferentes. Eu mudei! Assim como a paisagem que fui vendo ao longo da vida, também foi mudando. O mundo nunca pára e nós também nunca estagnamos. Por isso as pessoas vão mudando... e como tudo pode mudar...

segunda-feira, outubro 24, 2005

A porta está encostada...é só abrir!

Fiquei à porta na expectativa de encontrar razões para entrar. A porta estava encostada e não conseguia ver muito além dela. Estava nas minhas mãos desencostá-la... Tinha esperança de que uma brisa mais forte pudesse abrir aquela porta, mas o tempo passava e essa brisa não surgia. A certa altura tive coragem e empurrei a porta com cuidado, bem devagar para não me surpreender com o que pudesse ver do outro lado dela. Era a porta de saída do meu mundo calmo e seguro para um mundo mais inseguro, mas mais colorido e sensível. Consegui ver movimento, cores, pessoas, vidas... Vidas de todas as formas. Ouvia sorrisos e choros que se uniam numa forma visível de comunicação, sentia aromas de frutos e de flores e bem lá no fundo conseguia ver sobre o céu azul uma nuvem que dispersava num tom esbranquiçado dando um toque de realidade à imagem irreal que encontrei. Podia dar o passo certo naquele momento. Em frente, para toda aquele mundo fantasiado de emoções que se pintavam em cada vida que se via, ou recuar e manter-me num mundo protegido da insegurança de não saber o que sentir e adormecido de vida. Era decisivo aquele passo e eu, é que iria tomar novamente a decisão. Fervia em mim a vontade de me libertar para o mundo das emoções e correr os riscos de sofrer e os riscos de amar, mas contrabalançava-me o medo de não conseguir sobreviver. O medo de não conseguir superar os sentimentos instáveis que me propunha a viver. Podia ser inconsequente a minha decisão. Pus-me então a pensar... e reparei que se me mantivesse no meu mundo o mais provável era um dia sentir que não vivi o que queria ter vivido. Iria viver na frustração de não ter arriscado ser feliz com medo da dor que poderia ter que conhecer. Não quis pensar mais e atirei-me àquele mundo desconhecido e deixei-me embalar pelas rosas e pelos espinhos que tinha. No meio do sangue que vou derramar neste lento adormecer vou poder sentir o aroma dessas rosas e regozijar-me com a sua beleza...
Dois contra um, ganha a felicidade!

domingo, outubro 23, 2005

Palavras que se escondem!

Fica sempre algo por dizer. Tanta coisa que deixamos por dizer...
Acredito que é apenas a prova de uma cobardia que se usa como escudo mas que se pode tornar na arma de que nos tentamos proteger.
Ainda hoje me calei e fechei dentro de mim o que queria fazer ou dizer... O tempo esgotou-se e não consegui voltar atrás. Certamente me arrependo, mas de que me vale...
O que mais temo com esta cobardia é que uma pessoa pode perder realmente a oportunidade e passar o resto da vida com o peso da culpa de não ter falado. Um minuto de silêncio pode entregar-nos a muito mais tempo de angustia e insegurança por não ter tomado uma atitude quando devia.
Não quero isto para mim! Vou tentar abrir o cofre onde guardei as palavras e entregá-las ao mundo! Ao meu mundo!

Digo meu, porque no Mundo também existe omissão, mas não é a mesma que a minha... Quantos problemas não seriam resolvidos no mundo se falassem mais... Tanta omissão de coisas importantes. E tantos interesses por detrás dessas omissões...
No meu pequeno mundo apenas escondo as palavras por cobardia, mas à minha volta nem sempre é por cobardia...

Sentido dos sentidos

Não quis trocar o prazer ou a paixão pelo conforto e segurança de não sofrer. Optei pelas chamas, mesmo podendo ficar bem mais perto de me queimar, porque quis sentir o calor dessas chamas percorrer o meu corpo para depois ser invadida por um calafrio e talvez até adoecer. Tudo porque estou viva e quero tirar partido do que me rodeia e do que tenho para sentir. Que interessa se não choro se não tenho, também, o prazer de poder sorrir. Que me interessa o abrigo e segurança se não tenho o perigo para me mostrar o quanto preciso desse abrigo.
Se temos o dom de poder saborear temos que provar todos os sabores da vida e para sentirmos o doce de algumas coisas provamos também as amargas. Temos a pele para viver as experiências que a façam sentir viva. Tactear um outro corpo e sentir uma outra pele, uma outra temperatura, uma outra vida. O olfacto que nos faz sentir os aromas do mundo e identificar o que nos transmite mais ou menos prazer. Podemos ver e enxergar as cores e as formas que nos rodeiam... E por fim temos a audição que nos permite escutar a água a cair do céu cinzento, o barulho intenso de uma cidade ou o silêncio de uma rua calma, a música que nos entra pelo corpo para atingir a alma, a voz que sussurra, bem colada ao nosso pescoço, que nos ama...
Temos tanto para sentir, tanta forma de sentir... O vazio só começa quando deixamos de acreditar que vale a pena sentir. Prazer ou dor. É um mundo dos dois e não só de um. Nem existe apenas dor, nem só prazer. Podemos contar com os dois!

quarta-feira, outubro 19, 2005

Uma história de amor!

Apesar de construir determinadas teses sobre a vida, em que supostamente acredito, muitas são as vezes em que as coloquei em causa por não conseguir ver realizadas ou observadas no mundo que me rodeia. Tentar acreditar num mundo cor-de-rosa, cheio de amor, de momentos mágicos que existem apesar do nosso cepticismo, é uma das formas que procuro arranjar para continuar a viver. É a esperança de que tudo tem a sua razão de existir e que o lado negativo só existe para podermos ver o positivo.
Á minha volta, no mundo das outras pessoas tento analisar o sentido de cada um. Avaliando, assim, as outras pessoas, observando os seus estados de espírito e todas as suas faces, consigo abstrair-me das minhas emoções e conseguir projectar a minha razão nas minhas conclusões, sem me perder nas influências que o meu coração insiste em fazer.

Encontrei na história de amor de um amigo meu a prova de que algumas das minhas crenças sobre o amor estavam certas. É claro que cada indivíduo é único, mas de uma forma generalizada posso afirmar que há uma possibilidade de eu estar certa. Hoje posso acreditar com mais confiança nesse meu sonho, e tentar vivê-lo.

O amor cresceu na sua vida, como ele não pensava poder crescer. Para ele o amor tinha que surgir logo no início. Tinha que ser espontâneo. Uma explosão de sentimentos que eclodiam logo nos primeiros momentos com a pessoa certa. Tinha que surgir de uma paixão intensa e ter logo a certeza de que era essa a pessoa certa. Encontrar logo todas as razões para amar sem perceber, pois essa pessoa iria despertar logo todo um conjunto de emoções que posteriormente ele iria chamar de amor. Hoje ele descobriu que afinal estava enganado! O amor poderia surgir do nada. Num pequeno envolvimento, talvez baseado apenas na relação intima, em que se sentia confortável, mas nada mais. Como se sentisse que lhe faltava o tal “clique” com essa pessoa... O tempo e o investimento na relação mostrou-lhe que o verdadeiro amor surgia de todo esse investimento e que hoje conquistava com a parceira uma relação que dificilmente teria com outra pessoa. O entendimento tinha-se criado e hoje sente que não deseja mais ninguém e que a ama. O amor cresceu no seu coração! E agora que se apercebeu de tamanho resultado mais vai aprofundar e dará toda o seu amor de uma forma mais intensa, porque descobriu o amor.

Sempre acreditei que uma relação sólida e apaixonada nascesse assim, mas sempre me desacreditaram e nunca tive muitas formas de provar a minha ideologia. Eu não me posso oferecer como prova... Agora, para além de poder ter observado a constatação da minha crença, vou poder viver acreditando que um dia, quem sabe, também em mim vai crescer esse sentimento partilhado com uma luta saudável pelo conforto de um amor com história.

terça-feira, outubro 18, 2005

O que hoje choro amanha será memória!

Hoje o dia acordou cinzento para mim... Apesar de o sol ter resolvido espreitar o mundo, eu ainda nem sequer olhei para ele. É um daqueles dias em que a melancolia me visita e por mais tentativas de fugas aos pensamentos ruins não me consigo afastar deles. Ainda tentei esboçar um sorriso, mas em pouco tempo se desfez! Nada está a ajudar. Tive um pesadelo à noite, um telefonema que trouxe más recordações, não tenho apetite e estive o dia todo sozinha com os meus pensamentos. Fiz uma viagem às profundezas de uma tristeza guardada e fixei-me nela sem conseguir encontrar o caminho de volta. Para estas alturas sempre afirmei que se deve olhar para todas as pequenas coisas belas da vida, sorrir e sentir o que nos traz mais felicidade. Inspirar uma porção de esperança e esperar que a tristeza passe e que tudo regresse ao normal. Mas talvez também tenhamos que sentir todo o peso da dor e não evitar esse mau bocado. Por vezes precisamos de reconhecer as nossas fraquezas e deixar as lágrimas saírem. Quanto mais as reprimimos mais elas se acumulam e mais dor se sente.
Hoje é o meu dia para chorar! Não sei até quando, mas não há-de ser para sempre…

sábado, outubro 15, 2005

Apagar as luzes para as dúvidas e viver!

No meio de toda a miséria em que, infelizmente, vivemos a nossa vida também temos a sorte de termos imensas razões para andarmos com um sorriso. O mundo pode estar negro e as pessoas cada vez mais serem mais egoístas e más, mas em cada bocadinho da nossa existência podemos encontrar motivos para agradecermos a sorte de podermos viver esses momentos.
Se reparares constantemente somos invadidos por dúvidas. E o que são essas dúvidas? Penso que apenas obstáculos para a felicidade. O que é bom tem que ser vivido independentemente de consequências que tenhamos que suportar. Se tivermos realmente que viver situações mais desagradáveis elas irão ser vividas independentemente de as evitarmos ou não. Por isso se existirem dúvidas para tomar alguma decisão que envolva algum momento de felicidade não vale a pena pensar. Tem que se decidir: Viver! O pior de qualquer decisão cautelosa é o facto de nunca se poder recordar de como teria sido bom ter optado o que o coração nos indicava para fazermos por mero medo ou cautela, porque não vivemos para recordar.
Eu cada vez mais acredito que tem é que se viver enquanto andarmos por cá. Ser feliz em cada oportunidade de o ser, não rejeitar nenhuma oportunidade de poder sorrir, brincar, amar, de nos divertirmos com os prazeres da vida.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Falar de nós!

Falar de nós é sempre tão difícil... Pelo menos falar do que escondemos de nós mesmos! Nem todos se conhecem o suficiente para o fazer, nem todos têm confiança ou mesmo personalidade para conseguir libertar e mostrar ao mundo o “eu” profundo em que se refugiam. Quando escrevo escolho sempre as palavras que quero dizer. Posso pensar comigo e, até, ter determinados sentidos das frases que exponho mais relacionados comigo mas, no entanto, escondo muito de mim apesar de não aparentar muito.
Também não criei este espaço para falar de mim directamente, mas mais para partilhar ideias que surjam de pequenas reflexões que vão tomando rumos partilhados por mais pessoas. Todos reflectimos sobre a moral, sobre o conceito de sociedade que nos rodeia e vive connosco desde a nascença, sobre a tristeza e a alegria, sobre a nossa existência e as suas razões. Sobre isso talvez seja fácil falar... pelo menos mais fácil do que falarmos de nós. Não sei! Posso estar enganada...
Cedo vemos como as pessoas se criticam e se julgam umas às outras, mas pouco são aqueles que se auto-avaliam e reflectem sobre eles mesmos. Daí se pode concluir como se aprende facilmente a ver os outros antes mesmo de nos enxergarmos a nós mesmos. Somos seres individuais antes de seres sociais logo não deveria ser essa a nossa atitude. Estamos sempre connosco, nunca nos largamos mas mesmo assim insistimos em olhar para os outros, falar deles e calarmo-nos quando deveríamos falar de nós. Pode ser difícil falar de nós, mas se não o sabemos fazer não deveríamos falar dos outros.
"Cada um sabe de si e só Deus sabe de todos." Porque não levar este ditado muito mais a fundo em vez de o usarmos em vão?

quarta-feira, outubro 12, 2005

Hum...Sentir!

É tão bom sentir... Sentir até o frio que nos arrefece a alma, nem que seja para podermos sentir com mais prazer o calor que nos aconchega. É puro prazer, satisfação do desejo!
Hum... como é bom sentir o corpo molhado e depois satisfazermo-nos com o toque seco da toalha... Como é bom dormir depois do cansaço de um dia, ou de uma noite... Como é bom sentir o aroma, um outro aroma diferente do que habitualmente sentimos...
Adoro tocar na minha pele e sentir, inspirar o ar e senti-lo, sentir, sentir, sentir... sentir que estamos vivos e que um mundo de sensações nos reserva os maiores prazeres da vida.
Pode chover, fazer frio, existir a dor e a tristeza, mas o prazer vem da falta do bom e surge da sua conquista. Por isso é bom!
E é bom sentir a vida a palpitar em dois corpos unidos pelo prazer e desejo de ser um só, alcançar o contentamento e desfalecer nos lençóis num esgotamento que o prazer produziu, depois regressar à conquista e tornar a sentir. É bom viver, mesmo que se tenha que viver tanto doce como amargamente as ofertas da vida!
Hum... Sente como é bom sentir! Sente!
(...)

Egoístas ou altruístas

Podemos ser seres extremamente egoístas ou extremamente altruístas nos nossos sentimentos. O ser humano dá pelo prazer de dar ou simplesmente pelo interesse de dar. Daí surge o confronto das intenções com que podemos tomar as nossas atitudes.

Quando amamos alguém podemos senti-lo pela forma desinteressada com que queremos o bem dessa pessoa. Amar sem razão alguma, meramente porque essa pessoa tem razões que a nossa razão desconhece para ama-la. No entanto, também podemos amar porque essa pessoa tem coisas que nos fazem bem, que queremos, que gostamos de sentir. Não porque essa pessoa existe para o mundo, mas porque essa pessoa existe para nós. Desta forma tudo o que podemos fazer fica equilibrado com o que sentimos antes de fazer, isto é, se o fazemos para agradar, dando desinteressadamente, ou se o fazemos para nos agradarmos a nós, mesmo estando incluído o bem-estar da pessoa.

Para mim a mais bela forma de dar é a que tem com prémio o contentamento da outra parte, em primeiro lugar. Querer o bem do outro sem pensar no nosso. È uma forma pura de agir e de amar!

Posso reflectir esta observação em vários pontos da vida do ser humano, tanto na sua vida activa social, familiar como íntima. Nas relações existem intenções que as antecedem e são essas que as tornam ou não sinceras. No fundo todas as atitudes que tomamos mesmo para o bem-estar de outrem incluem o nosso prazer, de alguma forma, nem que seja o prazer de ver o outro feliz, mas este é um interesse mais altruísta e logo muito mais saudável.

Podemos ser simpáticos no nosso local de trabalho apenas com a intenção de sermos louvados pela nossa atitude ou porque assim o somos e sentimos que as pessoas que nos rodeia o merecem. Podemos ser filhos exemplares porque é uma forma de obtermos enaltecimento pela parte dos nossos pais ou simplesmente porque é uma forma de os fazermos felizes. Podemos ser os amantes mais intensos porque procuramos o nosso prazer ou apenas porque queremos oferecer o melhor de nós ao nosso parceiro.

Em tudo podemos ser egoístas ou altruístas... Assim como o amor também o pode ser!

terça-feira, outubro 04, 2005

A magia que nem sempre queremos ver!

Como é lindo o sol passeando num céu iluminado pela cor azul, mas como também pode ser lindo o céu cinzento que esconde esse sol. Acho que nunca tinha reparado muito bem nisso. Posso admirar o céu pintado de azul como o céu coberto de um cinzento-escuro e deslumbrá-lo na mesma. Posso sentir o prazer da minha pele visitada pelo calor intenso do sol como me satisfazer da mesma forma com a chuva forte caindo do céu. Se eu quiser procurar a beleza no que me rodeia posso encontrar mil e uma formas diferentes em que ela se esconde.

O mundo oferece-nos tanto e por vezes apenas desviamos o olhar para o que nos entristece (como já tanta vez referi...). Não existe sombra sem existir luz!

Talvez nos momentos alegres da nossa vida consigamos enxergar mais coisas belas à nossa volta, mas porque desaparecem elas quando ficamos tristes?
Elas não desaparecem, nós, é que simplesmente deixamos de as ver, ou de reparar nelas.

Quando estou triste os meus poros transpiram tristeza e a minha aura fica de tal maneira contagiada que isso se reflecte na maneira como vou acabar por interagir com o mundo e, por consequência, como o mundo interage comigo. Se, pelo contrário, soluço alegria a minha aura vai-se resplandecer de um toque mágico que enfeitiçará tudo o que me rodeia. Quanto mais triste, mais triste posso ver o mundo e mais triste ficarei. Quanto mais alegre, mais alegre poderei ver o mundo e mais alegrias me surgirão.

Se amanhã acordar e quiser observar a manhã, independentemente da chuva ou do sol, poderei encontrar a magia que ela me quer mostrar. Um pássaro feliz pode sobrevoar as ruas que vejo, todos os dias, pela janela do meu quarto, o vento pode arrastar as folhas das árvores em maravilhosos passos de dança, uma criança pode soltar uma gargalhada inocente e cheia de sonhos e eu ali, simplesmente no parapeito da janela do meu refúgio diário observando o levantar de um novo dia, posso encontrar imensas razões para o receber com um sorriso. Mas se não me pré-dispor a sentir essa magia posso simplesmente ver um pássaro a voar, as folhas caídas no chão e uma criança a rir. Provavelmente vou bocejar e lamentar ter que me levantar e dar inicio a mais um novo dia, como todos os outros. A magia está lá, sempre esteve e sempre estará. Posso querer ver... ou não!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Escolhas da vida

Pergunto-me o que valerá a pena... ou o que não... Escolher, tomar decisões, opções... e tudo isso implica saber o que é melhor ou não. E quando não sabemos, o que é que fazemos? É tão difícil... Principalmente sabermos que não há volta a dar a determinadas decisões, ou quando temos que optar entre duas coisas. Uma delas fica para trás e fica sempre a dúvida de como seria se tivéssemos optado pela outra.
Sinto que cada vez mais tenho que escolher... Antes, ainda podia experimentar várias opções e escolhia a partir dessas experiências. Agora surgem-me decisões para ser tomadas que me obrigam a abdicar de determinadas coisas. Todos nós passamos por isso, mas é tão mais fácil quando vemos de longe as decisões dos outros. Quando nos toca a nós, aí sim, sentimos o aperto da dúvida, ou das dúvidas, que ainda é pior.
O tempo passa, crescemos e passamos a ser responsáveis pelas nossas decisões. Somos nós que dizemos sim ou não, que vamos ou ficamos, que desistimos ou lutamos...
Tenho medo! Penso que todos partilhamos o mesmo medo... De perdermos oportunidades, de errarmos, de ficarmos sozinhos...

sábado, outubro 01, 2005

Amar...

Amar... Cedo, aprendemos a amar sem perceber porquê. Penso que a primeira coisa que fizemos quando nascemos, ou mesmo antes, foi amar aquela que nos entregou ao mundo, aquela que nos mostrou o amor, o nosso primeiro amor! Ainda sem consciência do que era aquilo que nos tomava aos poucos começámos a amar, sem sabermos que esse era talvez o amor mais seguro que podíamos ter ao longo e para o resto da nossa vida. Com o tempo começamos a amar mais coisas e, já a certa altura da nossa vida, isso já nos parece ter uma razão de ser, já existe uma consciência da sua existência, mas mesmo assim sem conseguirmos definir o seu significado.

Amar é uma constante na nossa vida e o tempo faz-nos descobrir imensos tipos de amor. Aprendemos a amar, amamos sem querer, somos felizes e somos infelizes! O amor existe e é difícil fugirmos dele. Por mais desilusões, por mais ódio que possamos ganhar o amor presenteia-se a nós e na nossa vida sem nos dar a oportunidade de impedirmos a sua visita.
No entanto, é tão difícil conhecer a sua definição...

Amar é talvez não saber...
É querer sem perceber...
É incontrolável!
O amor não se mede, apenas se sente.
E amor não é maior ou menor.
Simplesmente é ou não é!

Quando a certa altura da vida somos invadidos por esse sentimento descontrolado por alguém, ficamos tão atordoados que deixamos de perceber o mundo como ele se apresentava para nós. Até então apenas conhecíamos as velhas facetas do amor simples e seguro pelas pessoas que nos criavam e que nos aconchegavam o corpo e a alma, nos protegiam. Mas nesse momento em que alguém suscita em nós uma forma de amor mais instável e louca de viver percebemos que afinal nem tudo é como sempre pensámos que fosse!

Tudo muda!
O amor muda-nos.
Queremos mais do podemos.
Custa respirar.
Pensamos demais.
Temos medo.
Desejamos.
E a vida é linda.
E apetece morrer.
É o sentimento mais forte, mais lindo e doloroso.
É prazer.
É tortura!
É, talvez liberdade...
O cárcere da nosso pensamento.

Amar...
Desde sempre e para sempre tão difícil... E tão lindo... Um sentimento incógnito da existência humana! Não vale a pena negá-lo ele vai existir.
Fugir? Para quê? Ele acaba por nos perseguir até que a morte o impeça...

sexta-feira, setembro 30, 2005

O teu caminho!

Tens um caminho à tua frente. Ele mostra-te o sol e tu segues nele todo contente. À tua volta tens paisagens bonitas, sentes-te confortável! De repente começa a chover, a fazer muito frio, mas tu sabes que no fim desse caminho chegas à casa dos teus sonhos. Já te esforçaste bastante para chegares até aqui e mesmo assim tens que continuar. Tiveste outros caminhos que se cruzaram com esse, mas tu não te desviaste e permaneceste neste. Apesar do frio e do mau estar que estás a ter nesse percurso, tu tens consciência que estás no caminho certo. Foi este o caminho que viste no mapa antes de começar a tua viagem. Tens a certeza!

A certa altura, o caminho, que era liso e horizontal, começa a ganhar uma inclinação e tens que te esforçar mais porque é a subir. Podias voltar atrás e escolher outro caminho mais agradável apesar de não conheceres o seu fim, mas pensas que vale o esforço permanecer. Começam a existir pedras, primeiro, distantes umas das outras, mas depois são tantas que os teus passos se tornam cada vez mais complicados de dar. Cais! Ficas no chão a recuperar da queda, porque não quiseste abrandar os teus passos, quando reparas que tens um outro caminho a cruzar-se com esse. Corta-te a estrada na perpendicular e não sabes qual o rumo dele, nem para um lado nem para o outro. Apenas consegues ver que é mais seguro e parece-te mais iluminado. Que fazes tu? Podes te levantar e continuar o teu caminho, agora com mais precaução pois já sabes quando tens que abrandar, e ter esperança que o sol volte de novo a brilhar e chegues rapidamente ao teu paraíso, porque chegarás. Podes voltar atrás e começar de novo escolhendo outro destino, noutro mapa e tentar fazer outra viagem (isto se te restar algum tempo) … Ou podes escolher entre aqueles dois caminhos e ires à descoberta… Tu é que sabes!

Agora te digo, amigo, se queres facilidades, podes ter que perder tanto tempo a escolher as formas mais fáceis (de viver) que acabarás por nunca conseguires gozar o prémio pelo teu esforço. Nem o sol brilha para sempre nem a chuva cai para sempre… Com as pedras podes te habituar… Agora com a falta de tempo para ser feliz não podes lutar. Ir sendo feliz por ser… pode não valer a pena!

quinta-feira, setembro 29, 2005

Saber viver...

Feitios diferentes, ideias que chocam, valores que não se entendem... No fundo o mundo é composto de pessoas que tentam partilhar modos de vida na chamada sociedade. É difícil! Mesmo criando modelos pelos quais nos seguimos, muitas são as vezes em que nos desviamos deles. Era preferível aprender a viver com as diferenças do que tentarmos eliminá-las. Essa tentativa falha constantemente e só torna as pessoas mais infelizes. Tentativas frustradas que nos incomodam a vida toda...
Não existe ninguém igual a mim, por mais que existam pessoas parecidas comigo ou que partilhem as mesmas ideias. Não é por isso que vou tentar que os outros sejam como eu, ou pelo menos não devo faze-lo! Se quero partilhar a minha vida com outras pessoas tenho que saber aceitá-las como elas são, em todas as suas crenças, todos os seus valores e feitios. Eu quero ser quem sou, logo tenho que deixar os outros serem eles mesmos. É difícil! Pois é! Mas se quero encontrar a paz tenho que o conseguir. O esforço trará a recompensa. Saber viver inclui assim saber deixar os outros viverem! Pode ser difícil mas tem que ser feito...

quarta-feira, setembro 28, 2005

Não deixar nada por viver...

Triste é aquilo que deixamos de fazer por não conhecermos os resultados. Deixar de fazer porque não queremos viver certas possibilidades e acabar sem conhecer qualquer final.
Viver de "Se (s)" que não vivemos, com a frustração de poder ter vivido. Loucuras que podiam ter sido cravadas de sofrimento mas decoradas com momentos únicos de magia e prazer. Sentir saudade do que não sentimos...

Talvez seja o que conhece a mais profunda infelicidade que consegue enxergar e sentir as maiores felicidades do mundo. Aquele que se deixa entregar à sorte e vive os momentos sem pensar no depois. Aquele que assume a responsabilidade de viver os maus momentos que o bom da vida lhe pode trazer.

Nem tudo é um mar de rosas e temos que saber viver com isso, senão viveremos com a tristeza de não saber viver. Eu gosto do sol, de toda a sua luz e energia que me entrega, mas sei que tem o defeito de algumas vezes ser desagradável tanto calor e não é por isso que gosto menos dele. Não posso gostar apenas do que de bom ele me trás, ou pedir-lhe para ser apenas o que eu quero que ele seja. Gosto dele assim!

Na vida também existe essas contradições ou talvez choque de virtudes e defeitos das coisas e não podemos aceitar apenas uma só. Não podemos deixar de viver situações apenas porque podemos ser confrontados com um lado menos positivo.

È como deixar de sorrir para não ter que chorar e vivermos frustrados para sempre porque não sorrimos!!!

terça-feira, setembro 27, 2005

Obstáculos

Se tens um obstáculo não penses nele como uma dificuldade para avançar mas como um passo mais esforçado que tens que dar. Não te questiones porque é que ele existe mas procura a solução. Investe na esperança de o deixares de ver à tua frente para o passares a ver bem atrás de ti. Eles existem! Cada momento de felicidade que encontras no teu caminho tem sempre um obstáculo que o esconde e só o alcanças se o ultrapassares. Se olhares para uma montanha bem alta vestida de pedras podes desistir de a enfrentar e tentares fazer um desvio, mas quando a ultrapassares não viverás com o mesmo prazer a paisagem bela que ela esconde.

(7-06)

Os sonhos...

Sonhar é talvez um dos momentos mais próximos de nós mesmos. No entanto são imensas as vezes em que não dá para compreender os sonhos que temos. Será que é porque não nos compreendemos a nós próprios?
Estes últimos dias, tenho tido sonhos estranhos. Sonhos com os quais não consigo encontrar ligação comigo. Até parece que não sou eu a sonha-los. Provavelmente esta situação estará relacionada com algum estado emocional em que me posso encontrar mas que ainda não decifrei. Talvez por isso não os entendo.
Os sonhos compreendem a nossa intimidade mais reservada, os nossos medos, os nossos desejos. Tudo o que assumimos e o que não assumimos! Neles se encontram as respostas para a maior parte das nossas dúvidas, mas é preciso saber interpretá-los. Não são livros ou pessoas especializadas que nos vão conseguir explicar, mas sim nós mesmos. Associar os nossos sentimentos, os nossos pensamentos e tentar ver de que forma nos podemos enquadrar num determinado sonho pode ajudar. Ver quais são os sentimentos que estão mais notáveis no sonho, analisando-os mesmo isolados nas situações que os provocam. Interpretar o momento da nossa vida que os possa incluir. Ver as pessoas que estão envolvidas nesse sonho e que relação podem ter connosco no mesmo e associar com o nosso presente. Enfim há uma quantidade enorme de reflexões que podemos fazer para compreender esses pensamentos incontroláveis que à noite nos visitam. Se o fizermos talvez possamos compreender algo mais de nós, talvez possamos aceitar mais de nós e até dos outros. Os sonhos acabam por ser uma tarefa para resolvermos de dia. É um convite à reflexão para nos conhecermos melhor. Mas neste mundo tão atarefado ninguém pensa muito nisso de dia e acaba por não cumprir a sua tarefa...

domingo, setembro 25, 2005


...

--A natureza má do ser humano reflectida na Natureza!--

Uma folha que seca e se separa da sua origem...
Vejo o seu tom acastanhado e lembro-me do seu verde encantador!
Como cresceu e viveu esbelta e agora se despede do mundo...
Que fim infeliz, mas comum que ela tomou.
Que desfalecimento, que abandono.

São as flores que perdem as suas pétalas,
São as árvores que perdem as suas folhas,
É a natureza que perde as suas crias...
Somos nós que as destruímos!

O olhar procura as habituais maravilhas e não as encontra,
Os rios enchem-se de impurezas e perdem a sua transparência...

Fomos nós que quisemos mudar o mundo,
Quisemos ser criadores e não conseguimos.
Transformámos o mundo à nossa semelhança
E agora temo-lo tão podre quanto as nossas almas insensíveis.

Nós somos assim... E assim se pode ver que somos!

sábado, setembro 24, 2005

Temos que viver assim!

Ás vezes o pensamento insiste em recair sempre no mesmo buraco. Parece que tudo o que o rodeia o incita a isso. Talvez seja preguiça, talvez seja mesmo esse o seu dever, mas ele nunca se lembra o quanto é difícil sair. Por um lado fica mais forte pelo esforço que faz, por outro enfraquece, pois cada vez está mais ferido... Também se pode ver as coisas de outra maneira e pensar que talvez não existam buracos, mas sim existam porque ele próprio o escava. Pode ser que seja a constante insistência nos mesmos erros que o afundem. Talvez seja mesmo assim. É provavelmente a melhor maneira de ver a situação.

O pensamento... Falo em pensamento porque é ele que nos controla. As emoções provêm do pensamento e se sentimos algo no nosso peito é porque ele responde a determinados estímulos dessa forma. Por isso é pelo pensamento que sentimos dor ou alegria... Desse ponto de vista posso-me arriscar a pensar que temos a hipótese de controlar o que sentimos através do pensamento... isso, claro se tivermos o controlo do nosso pensamento! Era tão mais fácil assim. Provavelmente não cairíamos nesse tal buraco tantas vezes. Mas será que sentiríamos as coisas da mesma forma? Era bom deixarmos de sentir todo e qualquer sentimento de dor, mas será que valeria a pena correr o risco de deixarmos de sentir também os sentimentos mais estimulantes e valiosos que hoje temos? Eu penso que não. Apesar de ter uma enorme vontade de não conhecer mais nenhum tipo de dor na minha vida, não quero arriscar perder também o que de bom ainda não vivi.

O pensamento domina-nos e nós poderíamos até dominá-lo a ele de forma a controlar as emoções, mas não se pode ter o lado bom dessa forma de vida sem receber, também o lado mau, que seria perder todas as emoções, ou pelo menos a sua actual intensidade. Posso então concluir, o que por outros caminhos já foi concluído, que não vivemos experiências boas sem termos conhecido as más.

Para sabermos o que é o quente temos que conhecer o frio, para conhecer a alegria temos que conhecer a tristeza... "Depois da tempestade vem a bonança" O mau e o bom. Não cairíamos no buraco senão tivéssemos antes num ponto mais alto... Penso que não há volta a dar… È assim e assim será!

terça-feira, setembro 20, 2005

Vem e vai... mas enquanto durar...

A mentira destrói! Começa como uma chama pequenina que mal ilumina e alastra-se queimando tudo por onde passa. Atrás dela fica o cenário destruído e cinzento... Naquele coração queimado já dificilmente se germinará novas vidas. A omissão corrói. Vai dissimulada, por entre o silêncio dos seus passos, e deixa corrompida a verdade com que se apresenta. Fere sem assumir que fere e quando, no final do seu percurso, resolve se desmascarar ela torna-se o peso da impotência de não se poder agir, porque o que deveria ter sido feito, só naquele momento é exigido e já é tarde demais. É difícil sentir a chuva cair sobre a nossa face sem termos com que nos cobrir, mas mais difícil é pensar que não nos molhamos e depois acordarmos encharcados de dor e fracasso. À nossa volta podemos ter um coberto para nos protegermos, mas se tivermos os olhos cobertos de dor não conseguimos encontrá-lo. Esperar que a chuva passe e leve as nuvens do nosso olhar, pode ser a solução... O vento virá empurrar toda a dor acumulada e trazer a verdade... Virá o sol, a primavera, e o quente deixará de ser da chama que nos queima, ou do silêncio que nos corrói. E enquanto durar, dura também a nossa paz...

domingo, setembro 18, 2005

Somos quem queremos ser... Nós fazemos a escolha!

Á medida que crescemos, que nos definimos e conhecemos damos mais valor ao que temos mesmo não possuindo tudo o que queremos. (Pelo menos era o que todos deveríamos fazer!) Eu sei quem sou, o que quero, o que tenho e sei o quanto é valioso sentir que me proponho à vida sem segredos ou omissões e que amo cada pedaço da minha felicidade. Fui eu que, de tudo o que me foi oferecido pela vida, seleccionei o que me rodeia, por isso tenho o que me é correspondido. Se não tenho mais é porque algo eu não fiz para merecer, ou que algo não escolhi correctamente. O meu papel é o de descobrir e tornar as coisas possíveis, dadas as circunstâncias que tiver diante de mim. Não escolhi a minha família mas escolhi a relação que tenho com ela. Amá-la ou não, respeitá-la ou não! Eu posso ter sido condicionada, mas tive sempre escolhas que pude fazer e diante delas obtive respostas, boas ou más, segundo aquilo pelo qual optei. E amo-os. Amo-os muito!
Os meus amigos... Também fui condicionada pelas pessoas que me surgiram ao longo da vida, mas fui eu que escolhi as que queria conhecer ou não. Fui eu que quis amá-los. E se hoje tenho a sorte de os ter comigo foi porque fiz as escolhas certas em determinados momentos da minha vida. (E ainda bem!)
Hoje sou quem sou, fiz as minhas asneiras, fiz as minhas coisas boas, porque eu quis! Ninguém teve culpa de nada, só eu! Se choro, se rio, se existo é porque quero!
Crescer faz estas coisas... Pensar em tudo e mais alguma coisa. Não me sinto completa e provavelmente nunca me sentirei, mas tenho vontade de o ser, e isso já é alguma coisa. Depende de mim conseguir alcançar os meus objectivos diante do que puder alcançar da vida.
A nossa consciência entrega-nos ao mundo e nós temos que nos mexer. Á deriva no mundo só nos podemos contentar com a imensidão de um vazio que não nos alimenta. Se temos fome não podemos esperar que nos venham alimentar, temos que plantar para depois termos o que comer. Tudo depende de nós e do nosso empenho. A natureza dá-nos as oportunidades...

;)

Sim, sei recordar!

O passado... É por ele ter existido que vivemos hoje. É por isso que o recordamos...
Eu recordo com muita frequência o meu passado. Tento manter-me sempre perto das coisas boas que vivi e afastar-me das más, quando posso. Senão o fizesse em determinadas alturas da minha vida, provavelmente não conseguiria continuar. Quando nos sentimos desiludidos com o percurso da nossa vida, é preciso lembrar que já obtivemos muitas coisas boas noutros tempos, para encontrarmos força e coragem para lutarmos por mais coisas boas, mesmo tendo que ultrapassar essas fases más. Por vezes dá vontade de fechar os olhos e permanecer no escuro, mas se realmente já estamos ás escuras para quê continuar assim, se ainda nos podemos lembrar das cores que outrora vimos? Eu ainda sinto o cheiro, vejo a luz... Nem que seja recordando, mas ainda sinto!

domingo, setembro 11, 2005

As respostas estão dentro de nós!

As respostas estão dentro de nós. Não existe uma sequer que não more nas sombras do nosso pensamento. Elas estão lá e apenas precisam ser iluminadas. Nós somos os responsáveis por tal acontecer ou não.
Basta reflectir, interrogarmo-nos, procurar o sentido de cada coisa e observar o todo que cada coisa conjugada com outra coisa pode originar. Permanecer no escuro, como já certa vez referi, é opção nossa. Nós criamos as dúvidas (conscientemente) porque, inconscientemente, temos as respostas dentro de nós. Os problemas representam uma busca, não obstáculos. Uma emboscada, ou revisão de situações e circunstâncias que por momentos ainda não fazem sentido, mas que iluminadas se tornam no caminho para o entendimento de nós mesmos, ou seja, as respostas que procuramos.
O que fui em criança, o que vivi até hoje, o que presenciei, o que me disseram, reflectem, hoje, as minhas reacções às situações com que presentemente me deparo. Se olhar para bem dentro de mim, as respostas estão lá. Só não vejo se não quiser!

Tenho medo... tenho medo porquê? De quê? As respostas estão dentro de mim!

"Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma!" Também na vida se pode verificar tal afirmação. Umas coisas geram as outras, logo tudo o que pudermos pensar agora está explicado em várias outras formas. Basta pensarmos bem e associarmos bem as possíveis razões que dêem sentido ao presente.
A luz que procuramos para iluminar os nossos caminhos está mais perto de nós do que na maioria das vezes acreditamos estar!

terça-feira, setembro 06, 2005

Eu preciso tanto desse sorriso...

Eu preciso tanto desse sorriso... Desse que nasceu comigo e que agora insiste em se afastar. É a vida, a razão da minha existência, o ar que eu respiro. Ele é meu e de todos os que me rodeiam. È do sol, da lua, do vento, da magia das flores, dos animais que cantam e dançam e existem, é da terra molhada e consolada, é do abraço que me aconchega, é do sangue que me percorre as veias e me identifica em cada pormenor da minha aparência. O sorriso é a minha voz! Por ele eu confesso o meu espírito, eu ofereço a minha alma, eu entrego os meus segredos. A sua ausência é mais que uma lágrima, é a minha ausência também. Por onde ando eu quando ele me falta? Que faço eu? Que quero, que anseio, que desejo?
Eu preciso tanto desse sorriso...
Ele canta a minha alegria, o meu amor e tudo o que de bom eu possuo. Dá cor ao meu olhar escuro e desorientado neste mundo que não é meu. Ele desenha o que eu tanto queria que existisse nesta vida. As ruas de cada lugar por onde eu passo ficam mais bonitas e encantadoras se ele me fizer companhia. As pessoa que se cruzam comigo ficam mais simpáticas se o sorriso olhar por mim. Eu sinto-me mais segura. Eu consigo viver e ser feliz!!!
Eu preciso tanto desse sorriso...

sábado, setembro 03, 2005

Será?

O sol está bem forte e aquece demais, lá fora...
O céu está bem azul...
Só eu permaneço nas sombras mesmo disfarçando com um sorriso. Luto incansavelmente contra os ventos que me empurram para longe. Será que luto? Não será mais teoria???
Sempre me dediquei a ensinar-me a ver as coisas boas mas será que aprendi alguma coisa?
Ás vezes, tenho dúvidas! Não sei se estarei a fazer o certo. Se sequer sei qual é o certo. "Sorrir é sempre uma boa solução"... Pensava eu! Mas nem sempre o sorriso surge sinceramente... Será justo usá-lo nestas circunstâncias?
Tantas dúvidas... Tantas que eu não consigo reflectir...
O sol continua forte e a aquecer demais, lá fora...
O céu também continua azul...
Vou me afastar para bem longe. Vou atrás da luz! Pode ser que consiga encontrar algo. Não sei bem o quê... mas pode ser que sim...

sexta-feira, setembro 02, 2005

Permanecer triste é opção!!!

No fundo da tristeza, onde se afunda a esperança e paira a cobardia, o olhar perde-se na escuridão e não consegue ver nada mais do que uma profunda vontade de desistir. Mas as coisas boas continuam a existir. Não é porque num determinado momento da vida em que tudo se desfigura num olhar perdido que as belezas da vida deixam de existir. É demasiado egoísmo pensar assim. O mundo não gira à nossa volta e nada é bom ou mau porque nós assim o enxergarmos. Tudo tem um sentido e se mesmo nas alturas mais difíceis da nossa vida procurarmos razões para a nossa incerta presença neste mundo não há que temer, pois a vida sorri incansavelmente para nós em cada cantinho do seu olhar. Não vale olhar apenas para o lado triste e inconsolável dos momentos. O que é preciso é nunca deixar de lutar mesmo quando parece não ter sentido lutar. Ao estar no fundo do poço, chorar só nos vai afundar mais. É preciso sobreviver e tentar flutuar até sairmos de lá.
A força?
... Essa está connosco! Temos é que a encontrar.
Também não podíamos querer sempre a papinha feita, pois não????

segunda-feira, agosto 29, 2005

Este silêncio...

O silêncio que me rodeia preenche mais do que o espaço vazio que me contém. Eu sinto o silêncio em todos os poros da minha existência e não consigo eliminá-lo... Ele passeia por entre os sussurros dos meus pensamentos e toma conta deles silênciando o meu desespero. Bato a porta, aumento o volume da música, arrasto a cadeira, canto bem alto e mesmo assim continuo a sentir o silêncio acima de todo o barulho que eu possa fazer.
Estou sozinha á espera que o tempo passe não sei bem para quê. Tenho tanto tempo...
A terra gira sobre o próprio eixo e á volta do sol, e assim o tempo passa... Não existe silêncio que lhe atormente a rotina. Nem no universo, em toda a sua dimensão, se consegue sentir este silêncio que se instalou nos meus dias longos e solitários. Precisava apenas de uma voz que acalmasse as intensas mas silenciosas batidas do meu coração e de um colo para adormecer... Fechar os olhos para este silêncio!!!

sábado, julho 23, 2005

Passeando as dúvidas!

Percorrendo o caminho da dúvida encontram-se as mais variadas e incertas dúvidas das quais desconhecíamos a sua existência. A mente questiona e o coração sente!
Até o mais certo e comprovado se consegue pôr em causa. Mil e uma interpretação, razões e um só sentimento.
A vida num determinado momento consegue passear sobre a linha fina da interrogação e tudo pode acontecer. Ao fundo da linha pode encontrar o ponto final, o de interrogação, o de exclamação ou os três pontinhos...
O que hoje tanto quero e acredito pode passear por essa linha… E o que vou encontrar pode mudar o que tanto quis levar a passear. O fim pode mudar o princípio. O resultado neste caso faz o problema. Tudo depende do caminho que as tuas dúvidas seguirem…

Se calhar é melhor não procurá-las! Quem sabe se não será melhor, quem sabe…

domingo, julho 10, 2005

O sexo é o "crime" mais saudável...

Por entre os desejos mais íntimos que pairam no nosso inconsciente circulam as regras que adoptamos para nos tornarmos como os outros. Podemos ter a vontade mais louca de voar pelos nossos instintos e deixarmo-nos arrastar pelos sentimentos que nos fervem nas veias, mas retraímos tudo o que não estiver estabelecido como "correcto". Como um sussurro leve e eloquente bem perto do nosso ouvido, um beijo no pescoço que nos arrepia e descontrola, as emoções ameaçam as nossas atitudes em tom de libertação, mas nós recusamo-nos a assumi-las.
O sexo é o tabu mais adoptado pela sociedade. O prazer conquistado pelo corpo numa entrega de sentidos e fantasias é retraído pelos que desconhecem até a razão de tal julgamento. Esconde-se o desejo carnal como se fosse um crime, e aprende-se a manipular os sentimentos para “não se cair em tentação”. Pois quem cai em tentação são os que negam a sua identidade e fogem dos estímulos excitantes da vida. Esses que condenam os outros…
A voz descontrolada em suspiros e murmúrios do corpo extasiado… o toque macio e embriagado pela pele arrepiada encontrando o prazer… o beijo… os lábios mergulhando no outro corpo saboreando todo o sabor do desejo saciado… a língua traindo a razão descendo pelo caminho mais instável… a rendição dos corpos numa união que atinge o auge do contentamento... Enfim a luta do prazer em que se vive uma vitória a dois. A única luta que deveria existir. A mais saudável e mais verdadeira. A única! Mas insistem em condená-la, e nós insistimos em permanecer em silêncio. Silenciamos a nossa voz e as nossas emoções!

domingo, julho 03, 2005

Assim...

O ser e toda a sua magnitude cruzada com a alma que se esconde por entre caras e significados que não se entendem. O respirar encandecente e excessivo de uma vida que arde de esperança. A luta incansável das garras de um sangue que omite uma identidade. Enfim um encontro final com a realidade que nunca se alcança.
A busca de pinturas e sons perfeitos que se traduzem nas conquistas falhadas da humanidade. Nada se complementa num aglutinado de desencontros infiéis de todas as suas crenças.
O mundo é verde mas os olhos não vêem... A ausência não tem cor, e o futuro não tem fundo. Procurar é avançar e esperar é manter os olhos fechados.
Solto em tom de sussurro, que também se questiona, a voz que te envia a mensagem de rendição. O mundo condenou-me e eu não reajo a tão majestosa palavra que validou minha razão de existir neste tempo de ninguém! Entrego-me assim a estas chamas que me denunciam mas que me alimentam e fazem crescer!!!

sexta-feira, junho 24, 2005

Da tristeza... para a alegria!

Por entre as fendas da minha tristeza derramei a fúria que me consumia. Procurei por entre os pedaços de vida que ainda possuia e agarrei-me a eles. Ás vezes é preciso soltar os males nos gritos e lágrimas que tanto nos assustam. Por mais que eu diga que temos que sentir o lado bom de tudo, existem alturas que se não explodirmos não vamos conseguir continuar a sentir as coisas boas. A dor é cruel e consome-nos continuadamente se a guardarmos para nós. Há que rasgar o véu que nos assombra, feri-lo como também ele nos fere.
Estava desolada, se calhar mais do que ficaria se não tivesse uma constante de situações desagradaveis acumuladas. Procurava um canto para chorar, mas não conseguia fazê-lo! Queria falar mas não tinha coragem de procurar um colo para me acalmar. Até que tentei escrever para alguém. Alguém que me ouve! E uma palavra surgiu para me aliviar. Queria continuar no silêncio da minha tristeza e responder a essa palavra com um sorriso. Não consegui, e abri um pouco a porta da minha angústia e dor. Precisava expulsar um pouco disso da minha alma e ocupar esse espaço com algo de bom. Só não queria que quem tentasse entrar no meu espaço se magoasse ou desiludisse por não encontrar no meu interior a alegria que sempre apresento para o mundo.
O mundo é belo e vale a pena ser vivido, mas ás vezes estamos tão entontecidos com os tombos da vida que não nos apercebemos disso ou não o conseguimos sentir. Tento constantemente olhar para ele com orgulho da sua beleza e justificar o que não é tão bonito, e quero continuar a fazê-lo!
Mas por vezes um alguém tem que me ajudar a descarregar o peso que acumulo sozinha mas que não consigo libertar sozinha, sem a força de outra pessoa. Alguém me ajudou hoje! Se amanha conseguir ver o céu azul e admirá-lo, ouvir os sons mágicos da natureza e sentir o ar filtrar-me sei que foi por ter sido aconchegada hoje!!!
Ainda bem que falei!!! (Só porque me ensinaram a falar...Alguém!)

quinta-feira, junho 23, 2005

Se eu sorrir alguém me há-de responder com um sorriso!!!

Hoje ri-me com a lua! Estava com aquela cor caracterizante de lua cheia, meia alaranjada. E naquele momento uma nuvem escura passava por ela dando a impressão que era uma cara com uma fita mas com um ar muito divertido. Fez-me sorrir e divagar um pouco. Já á tarde ia pela rua e dei por mim a rir dos meus pensamentos. Tinha acabado de passar por uma espanhola e fiquei a pensar na sonoridade que a língua dela dava á palavras. Tentando imitar para verificar a ideia acabei por me descontrolar e comecei a rir sozinha em plena cidade. Apesar de estar cansada e um pouco desmotivada acabei por ter momentos de extrema paz que me libertaram a mente deixando-a sorrir. Ainda bem! Sorrir é uma fonte de energia que nos alimenta e alimenta o que nos rodeia. Se conseguirmos oferecer um sorriso aos momentos leves do nosso dia-a-dia ganhamos uma maior paz de espírito e criamos situações propícias a espalhar alegria no que nos rodeia, por mais entediante ou doloroso que este seja. No fundo é dar ao mundo o que queremos receber. Não devemos desitir de uma resposta agradável do mundo logo na primeira tentativa, se continuarmos a insistir com o calor da nossa alegria mais tarde ou mais cedo encontraremos a do mundo. Se nos cansarmos com as desilusões apenas nos vamos desiludir mais, e então se cairmos na tristeza e no cansaço ainda mais tristes e cansados vamos ficar.
Se hoje o mundo nos olha com uma lágrima no canto do olho, amanha pode ser que nos sorria. Temos é que ajudá-lo a enchugar as lágrimas!
Ontem na escola também fiz uma experiência em relação á resposta das pessoas perante uma simpatia. Á entrada, onde passam os alunos para ir para as salas de aula e onde costumam fumar um cigarro, todos passam uns pelos outros e nem um boa tarde se troca, só a conhecidos. E como eu estava sozinha a fazer tempo para a aula comecei a pensar nisso e resolvi cumprimentar cada pessoa que passava com um sorriso. E como era de esperar a maioria retribui com a mesma amabilidade. Se não o tivesse feito tinhamo-nos cruzado e nem uma palavra. Como se ninguém se cruzasse.
Acredito que tudo seja compreendido por esta ideia base e que tudo podia ser mais agradável se fosse mais usada. Não gosto muito da expressão "Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti.", mas usava-a de outra forma: "Faz aos outros o que queres que te façam a ti.".
O amor também cresce com este saber dar para se aprender a receber. Desde que nascemos que somos amados pelos nossos pais e isso vai-nos ensinar a amá-los. Eles deram perante todas as respostas negativas que lhe pudemos ter dado a esse amor, sem desistir, e conseguiram o nosso amor e respeito. E apartir disso em tudo o resto se pode encontrar semelhanças deste raciocínio.
Nem que vivamos nas sombras da tristeza temos que oferecer a nossa luz para que consigamos iluminar os caminhos que nos levarão á harmonia e sossego da vida. Alguém há-de reparar na nossa luz e oferecernos ainda mais luz...

terça-feira, junho 21, 2005

Um olhar entre almas!

Percorri os caminhos da minha alma entrestecida pelos meus erros. O tunel desconhecido dos meus porquês. Nela se deleitam todas as minhas vivências e pensamentos, os meus sonhos e as minhas desilusões. Posso encontrar dor e prazer, saudade e esquecimento...
Faz-nos bem conhecê-la, mas também magoa!
O mundo vive na superficialidade de uma existência social. Cria regras generalizadas e esteriótipos de vida, encaixando cada ser nesses modos de vida. O que não se lembra é que todos têm uma alma e cada um tem que viver com ela e com tudo o que ela carrega. E as almas não são iguais...
O meu olhar denuncia a minha essência e tudo o que o momento simboliza para mim. Quem consegue olhar-me nos olhos e enchergar-me verdadeiramente reconhece-me não pelo que parcialmente mostro, mas pelo que realmente sou e sinto! Mas poucos são os olhares que se trocam pelo mundo fora que procuram uma pessoa em toda a sua totalidade. Quase toda a troca de olhares se fica pela necessidade ou mesmo obrigação de olhar e não com o interesse de conhecer e respeitar. As almas estão escondidas nesses olhares solitários e abandonados pelo mundo. Quem se rala com isso? Quem procura conhecer o que está por detrás de um simples olhar decorado com um sorriso ou uma lágrima?
Hoje tentei ir ao fundo do meu ser... E reparei que eu mesma tenho que me investigar. Tenho coisas para amar eternamente e outras para perdoar. As nuvens que por vezes me cobrem o olhar fazendo-me chorar estão lá porque ainda não libertei tudo o que tinha para libertar. O meu olhar pode sorrir mas também tem que chorar.
Ver-me ao espelho pode ajudar. Ver os meus olhos, olhar para dentro deles e procurar a sua mensagem. Mas um olhar de uma outra alma olhar para nós consegue ver o que o nosso reflexo não nos deixa ver. Sozinhos é mais dificil encontrarmo-nos nos caminhos da nossa alma!

quinta-feira, junho 16, 2005

O certo e o errado de quem?

O certo e o errado, resultam do encontro de ideias de uma cultura, mas têm como epicentro de todas as vibrações destes conceitos o ser individual. Temos a nossa cultura, a cultura da família, dos amigos e meio envolvente, temos a cultura da nossa sociedade, a cultura europeia, e a cultura mundial. Todas elas contendo-se umas às outras em nós, os indivíduos singulares, que pensam por si mesmo e ao mesmo tempo não.
Eu tenho o meu certo e o meu errado, mas estes podem variar diante das circunstâncias que tiverem que ser avaliadas. Não que sejam irregulares, mas são flexíveis, devido às condicionantes que cada circunstância pode ter. Esses meus conceitos não se identificam aos conceitos de muitas pessoas que me rodeiam, e a muitas mais pessoas que me rodeiam num raio de distância superior. Mas ao mesmo tempo continuam a existir aspectos comuns. Por mais distante que estejas de uma cultura e por mais diferenças que existam dos seus conceitos em relação aos teus, encontram-se sempre pontos em comum.
Talvez o meu certo e o meu errado estejam adequados a mim no meu mundo e o das outras pessoas a elas no mundo delas. Talvez até estejam todos certos... Não existam erros nas avaliações das pessoas. A velha frase de que "o que é certo para mim pode não ser para ti", pode até ser acrescentada de que apesar disso o que é certo para mim é o certo e o que é certo para ti também, apesar de serem dois certos diferentes. No fundo estão a ser avaliados em circunstâncias diferentes que podem ser ambas certas pois são o resultado de todas as associações do próprio indivíduo, no seu mundo.
Se assim é, não existe certo nem errado... Pois tudo está adequado ou não a ti! Tudo o resto são traduções de pensamentos pessoais para línguas universais. Nada mais!

sábado, junho 11, 2005

O sono...

O sono…

A entrega ao interior, à intimidade… Uma quietude de espírito e corpo que se vai conquistando ao longo do momento. A viagem sem tempo ou espaço que nos ocupa a mente com a revolução de pensamentos que se activam no repousar de vida. Os olhos fecham-se para o exterior mas abrem-se para o mundo que se revela todas as noites para nós. O nosso mundo, as nossas coisas, Nós!!!

Um corpo encostado nos braços da paz, uma alma que acorda do pesadelo e se rende à sua essência sem negar cada fruto da sua vida...

Enfim, no fundo deitar o corpo e repousar a mente é nada mais que o encontro com a nossa verdade. Somos verdadeiros e fieis ás nossas vontades. Nada nos limita ou nos impede de sermos e existirmos. O momento de cada dia em que vivemos, o resto do dia pairamos sobre a obrigação de existir.

sexta-feira, junho 03, 2005

Simples negação do evidente!

Filtro o meu olhar por entre desejos e condições. Navego pelas indecisões do espaço que me rodeia... E encontro-me nas embuscadas da vida ofegante que me contém.
Como o vento corre pelas coisas sem as viver também o meu ar me percorre sem me reconhecer. Instálo-me nas percursões constantes do ritmo do meu coração e aceito apenas as linhas concretas da minha razão. Serei feliz assim? Talvez procure a sombra que acumule todo o brilho do sol que dispara de todo o meu ser. Esse de que me escondo para não guardar as suas marcas doridas na minha pele. O vermelho do fogo que me queima, não por existir mas por ser o testemunho vivo da minha essência. Terei a felicidade tanto em brasa que me queimo mesmo sem querer?
Já me encontrei nadando pelas profundezas do desconhecido e emergi da desconsolação do indefinido com que não me identificava. No entanto continuo temendo os braços consolantes que me conquistam.
Uma procura que se prolonga pela necessidade de procurar. Um olhar confuso sobre o mais simples horizonte. No fundo uma incerteza pensada que podia não existir!

quinta-feira, junho 02, 2005

O tempo!

O tempo! Essa fuga incansável que germina numa infinita viagem sem paragem. Todos vivem tempos que se reflectem num só tempo. Uma imagem que surge pelo conjunto de todas as outras que existem nela mesma. Algo que ultrapassa o entendimento, que fica pela generalização.
Uma coisa nunca consegue ser repetida porque está sempre noutro tempo... (Que é o mesmo!)
Nunca vais conhecer o tempo todo, mas vais viver todo o teu tempo...
O tempo!
O tempo passa e não o podemos parar. Não podemos separá-lo das coisas, isolá-lo! Ele vive e é imortal! Tudo o resto morre, "desaparece"!!!!

segunda-feira, maio 30, 2005

Consigo ver...

As mais belas razões para viver!

Consigo ver um campo verde onde se deitam flores cheias de cor e de aromas que deliciam as borboletas. Ao fundo perde-se o olhar no encanto do mar que se mistura com o céu azul povoado pela liberdade das aves que procuram as suas presas e os seus parceiros. O som das ondas liga-se ao canto dos animais que povoam este paraíso e embala as minhas tristezas num sono eterno. Não posso trazer chuva ou escuridão para este cenário delicioso... As árvores balançam seus braços recheados de vida com o vento que dança pelo horizonte. Tudo se completa num verdadeiro encontro aquecido pelo sol que ilumina esta visão.
Onde estou eu? Sentada no chão inclinado deste paraíso, que descai para a vida que contém, regozijando-me com a admirável sorte de cá estar.
Se chover tenho as árvores para me proteger... Se ficar frio os animais para me aquecer... Á noite tenho a lua e as estrelas para me embalarem... Em tudo o que me parecer assustador ou menos bom encontrarei solução ou algo bom para o justificar. Não posso temer nada quando tenho perante mim as mais belas razões para viver. Tenho que as valorizar... não as posso deixar esquecidas na minha memória!

domingo, maio 29, 2005

A sociedade não existe... quando tu existes!!!

Em sociedade te escondes e mostras como não és.
Ao cresceres aprendes a criar uma identidade que te define para essa sociedade em que te incluis, ou melhor onde se inclui essa identidade. Tu, o teu ser mais profundo, guardas para ti, para partilhares apenas na tua companhia, no refúgio secreto da tua existência. Se pouco pensas nisso pelo menos nos teus sonhos se reflete a verdadeira essência de ti mesmo. Tu não és para o mundo aquilo que és para ti mesmo! E porquê? Porque vives em sociedade. Essa que te criou, como se costuma dizer... Para mim ela não te cria mas cria em ti um outro alguém. Tu és e existes mas não existes para o mundo. Entregas-te a ele e vives em sociedade. A partir desse momento deixas de ser a totalidade de ti mesmo e passas a ser um pouco de tudo o que te rodeia e muito pouco de ti mesmo.
Entristece-me essa ilusão constante em que vivemos mas se não fosse assim como seria? Sempre foi assim! Como me posso imaginar sem esta ilusão? Como te imaginas tu? Vivemos em sociedade e nela mesma deixamos de viver. Contradição ou não é uma condição humana, não podemos fugir dela. Ou podemos?
Confesso que já fugi! Já fui eu mesma, já me desmascarei, ou melhor, desmascararam-me. E senti-me tão bem...

segunda-feira, maio 23, 2005

Recordar essas palavras que não disse!!!

Debaixo da minha cama, dentro de uma caixa amarela enfeitada de sóis que contém uma outra mais pequena, estão as palavras que um dia soltei e que descrevem esses tempos que agora são relembrados por elas.
Cartas e pedaços de textos ou poemas que nunca revelei. Que guardei com a intensão de as reler um dia quando me quisesse lembrar do passado.
Tanto que quis dizer e que não disse. Tantas palavras guardadas em tanto silêncio... Revoltas e conquistas, amores e desamores, tristezas e alegrias, posso encontrar um pouco de tudo isso naqueles pedaços de vida que escrevi no papel.
Palavras que têm voz, têm um tom, melodias e que eu reconheço como se não visse apenas as palavras mas uma pauta que tivesse tudo isso incluido.
No fundo tenho ali parte da minha história, as minhas fraquesas, os meus medos, a minha força...
Um papel da escola que guardei pela conversa com a amiga ou pelo texto que me deu para escrever na aula de matemática, as folhas e folhas que contém as minhas lágrimas de adolescente que crescia e tinha um enorme medo de crescer, a minha admiração e contemplação à natureza e à lua, as minhas criticas à sociedade, as minhas filosofias,... Tantas palavras que me pertencem, mas que deixo esquecidas não só na minha memória, mas também debaixo da minha cama, à espera de que um dia eu me lembre de as reler para poderem ser novamente sentidas como no dia em que foram escritas...
Quem não guarda palavras no seu baú de memórias, palavras que nunca foram ditas mas apenas sentidas? Que preferiu o silêncio do mundo e arrumou as barulhentas palavras no seu coração para nunca serem ouvidas?
Mas um dia mais tarde elas emergirão de novo e serão relembradas, assim como eu releio as minhas palavras. Um dia mais tarde... quando a força dessas palavras for mais fraca e a coragem de as assumir for conquistada... Se calhar um pouco tarde para as usar e já apenas a tempo de as recordar!

quinta-feira, maio 19, 2005

Rumo ao rumo do desconsolo!

Á deriva pelo mar de encantos e desencantos que a vida me revela, vou encontrando, sem querer, portas que se abrem e se fecham num percurso instintivo que percorro.
Tanto me vejo frente ao incrivel cenário que desejo ver como logo avanço por entre as negras desilusões dos meus passos. Escolho o que por instantes se mostra mais certo e enquadrado com o meu instinto, mas ele não se mantém como deveria e alterando-se o instinto, altera-se o meu rumo.

Descanso no berço encantado da natureza que se enfeita com os mais variados verdes de todo o mundo, com as cores vivas das flores de aromas doces e suaves e das aves que cantam as melodias mais originais e sedutoras e com o azul enfeitiçante do céu iluminado pelo intenso sol que me aquece a alma. Consigo encontrar a paz e a harmonia das minhas emoções. Adormeço numa calma extasiada pela conquista de mim mesma... dos meus instintos. Mas logo acordo e abro os olhos na maior escuridão da minha existência. Era só um sonho e nada mais! Vejo a chuva brotar do céu cinzento sobre o meu corpo desnudado, gelado e desprotegido, desamparado sobre as rochas em que me encostei tal era o cansaço e a fraquesa para avançar. Um silêncio, uma tristeza e frieza de vida instala-se em mim. Mudança inexplicavel pela minha essência ou pela minha ambição. Mudança talvez do rumo que imaginei para mim...

No fundo quero tanto esse rumo que idealizei que acabo por me desencontrar dos que me encontram... Recuso-me a vivê-los e vivo no eterno desconsolo de não os ter vivido!

quinta-feira, maio 12, 2005

Os caminhos que não queremos seguir

Passeio sobre os murmúrios das minhas dúvidas e encontro-me com a vida que me esperava silenciosamente.
É precisamente quando tomamos consciência dos nossos medos e fracassos que descobrimos a realidade de que nos escondemos.
Não somos diferentes de ninguém e todos nós levitamos constantemente nessas mesmas dúvidas. Se assumirmos a nossa identidade tal qual ela se apresenta para nós, mais facilmente nos enquadramos no resto do mundo e podemos avançar!
Não podemos rejeitar esses caminhos e passear apenas pelos que se enfeitam de coisa belas. Que têm o doce cheiro das flores e que são envolvidos pelas constantes cores do verde e do azul do céu e da natureza…
Os caminhos do mistério e do oculto também estão lá…
E também têm que ser explorados!!!!

quarta-feira, maio 11, 2005

... Talvez... Perceber!!!!

Estou sentada no olhar de um sonho que me invade o espírito e em que quero acreditar. Liberto de mim o mais profundo eu que sempre me recusei a entregar. Agora sim consigo cada vez mais sentir-me realizada. Assumo-me tal e qual eu sou e aprendo a gostar desse eu ensinando os outros a gostarem também.
Porém, ainda caio no abismo da negação e me retraio ofuscando a minha essência. Nem tudo pode ser perfeito, e mesmo chegando às verdadeiras respostas me consigo distrair com as consequentes dúvidas que assaltam a mente humana.
Infinita insastifação que nos consome e nos traduz em incertezas. Somos uma constante procura que não quer ser encontrada, um dever que não quer ser cumprido...
Somos apenas quando deixamos de ser...
Procuro o sol quando a noite me cansa o olhar e me esconde das cores. Sinto a noite quando o sol me aquece demais e queima em mim a estabilidade que quero e rejeito por medo de a possuir...
Humano ser-se assim?
Quem sabe ou entende o desentendimento da minha mente?
Que quero eu dizer ao profanar estas certezas que se alimentam de tudo isto que me consome?
...