sexta-feira, junho 24, 2005

Da tristeza... para a alegria!

Por entre as fendas da minha tristeza derramei a fúria que me consumia. Procurei por entre os pedaços de vida que ainda possuia e agarrei-me a eles. Ás vezes é preciso soltar os males nos gritos e lágrimas que tanto nos assustam. Por mais que eu diga que temos que sentir o lado bom de tudo, existem alturas que se não explodirmos não vamos conseguir continuar a sentir as coisas boas. A dor é cruel e consome-nos continuadamente se a guardarmos para nós. Há que rasgar o véu que nos assombra, feri-lo como também ele nos fere.
Estava desolada, se calhar mais do que ficaria se não tivesse uma constante de situações desagradaveis acumuladas. Procurava um canto para chorar, mas não conseguia fazê-lo! Queria falar mas não tinha coragem de procurar um colo para me acalmar. Até que tentei escrever para alguém. Alguém que me ouve! E uma palavra surgiu para me aliviar. Queria continuar no silêncio da minha tristeza e responder a essa palavra com um sorriso. Não consegui, e abri um pouco a porta da minha angústia e dor. Precisava expulsar um pouco disso da minha alma e ocupar esse espaço com algo de bom. Só não queria que quem tentasse entrar no meu espaço se magoasse ou desiludisse por não encontrar no meu interior a alegria que sempre apresento para o mundo.
O mundo é belo e vale a pena ser vivido, mas ás vezes estamos tão entontecidos com os tombos da vida que não nos apercebemos disso ou não o conseguimos sentir. Tento constantemente olhar para ele com orgulho da sua beleza e justificar o que não é tão bonito, e quero continuar a fazê-lo!
Mas por vezes um alguém tem que me ajudar a descarregar o peso que acumulo sozinha mas que não consigo libertar sozinha, sem a força de outra pessoa. Alguém me ajudou hoje! Se amanha conseguir ver o céu azul e admirá-lo, ouvir os sons mágicos da natureza e sentir o ar filtrar-me sei que foi por ter sido aconchegada hoje!!!
Ainda bem que falei!!! (Só porque me ensinaram a falar...Alguém!)

quinta-feira, junho 23, 2005

Se eu sorrir alguém me há-de responder com um sorriso!!!

Hoje ri-me com a lua! Estava com aquela cor caracterizante de lua cheia, meia alaranjada. E naquele momento uma nuvem escura passava por ela dando a impressão que era uma cara com uma fita mas com um ar muito divertido. Fez-me sorrir e divagar um pouco. Já á tarde ia pela rua e dei por mim a rir dos meus pensamentos. Tinha acabado de passar por uma espanhola e fiquei a pensar na sonoridade que a língua dela dava á palavras. Tentando imitar para verificar a ideia acabei por me descontrolar e comecei a rir sozinha em plena cidade. Apesar de estar cansada e um pouco desmotivada acabei por ter momentos de extrema paz que me libertaram a mente deixando-a sorrir. Ainda bem! Sorrir é uma fonte de energia que nos alimenta e alimenta o que nos rodeia. Se conseguirmos oferecer um sorriso aos momentos leves do nosso dia-a-dia ganhamos uma maior paz de espírito e criamos situações propícias a espalhar alegria no que nos rodeia, por mais entediante ou doloroso que este seja. No fundo é dar ao mundo o que queremos receber. Não devemos desitir de uma resposta agradável do mundo logo na primeira tentativa, se continuarmos a insistir com o calor da nossa alegria mais tarde ou mais cedo encontraremos a do mundo. Se nos cansarmos com as desilusões apenas nos vamos desiludir mais, e então se cairmos na tristeza e no cansaço ainda mais tristes e cansados vamos ficar.
Se hoje o mundo nos olha com uma lágrima no canto do olho, amanha pode ser que nos sorria. Temos é que ajudá-lo a enchugar as lágrimas!
Ontem na escola também fiz uma experiência em relação á resposta das pessoas perante uma simpatia. Á entrada, onde passam os alunos para ir para as salas de aula e onde costumam fumar um cigarro, todos passam uns pelos outros e nem um boa tarde se troca, só a conhecidos. E como eu estava sozinha a fazer tempo para a aula comecei a pensar nisso e resolvi cumprimentar cada pessoa que passava com um sorriso. E como era de esperar a maioria retribui com a mesma amabilidade. Se não o tivesse feito tinhamo-nos cruzado e nem uma palavra. Como se ninguém se cruzasse.
Acredito que tudo seja compreendido por esta ideia base e que tudo podia ser mais agradável se fosse mais usada. Não gosto muito da expressão "Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti.", mas usava-a de outra forma: "Faz aos outros o que queres que te façam a ti.".
O amor também cresce com este saber dar para se aprender a receber. Desde que nascemos que somos amados pelos nossos pais e isso vai-nos ensinar a amá-los. Eles deram perante todas as respostas negativas que lhe pudemos ter dado a esse amor, sem desistir, e conseguiram o nosso amor e respeito. E apartir disso em tudo o resto se pode encontrar semelhanças deste raciocínio.
Nem que vivamos nas sombras da tristeza temos que oferecer a nossa luz para que consigamos iluminar os caminhos que nos levarão á harmonia e sossego da vida. Alguém há-de reparar na nossa luz e oferecernos ainda mais luz...

terça-feira, junho 21, 2005

Um olhar entre almas!

Percorri os caminhos da minha alma entrestecida pelos meus erros. O tunel desconhecido dos meus porquês. Nela se deleitam todas as minhas vivências e pensamentos, os meus sonhos e as minhas desilusões. Posso encontrar dor e prazer, saudade e esquecimento...
Faz-nos bem conhecê-la, mas também magoa!
O mundo vive na superficialidade de uma existência social. Cria regras generalizadas e esteriótipos de vida, encaixando cada ser nesses modos de vida. O que não se lembra é que todos têm uma alma e cada um tem que viver com ela e com tudo o que ela carrega. E as almas não são iguais...
O meu olhar denuncia a minha essência e tudo o que o momento simboliza para mim. Quem consegue olhar-me nos olhos e enchergar-me verdadeiramente reconhece-me não pelo que parcialmente mostro, mas pelo que realmente sou e sinto! Mas poucos são os olhares que se trocam pelo mundo fora que procuram uma pessoa em toda a sua totalidade. Quase toda a troca de olhares se fica pela necessidade ou mesmo obrigação de olhar e não com o interesse de conhecer e respeitar. As almas estão escondidas nesses olhares solitários e abandonados pelo mundo. Quem se rala com isso? Quem procura conhecer o que está por detrás de um simples olhar decorado com um sorriso ou uma lágrima?
Hoje tentei ir ao fundo do meu ser... E reparei que eu mesma tenho que me investigar. Tenho coisas para amar eternamente e outras para perdoar. As nuvens que por vezes me cobrem o olhar fazendo-me chorar estão lá porque ainda não libertei tudo o que tinha para libertar. O meu olhar pode sorrir mas também tem que chorar.
Ver-me ao espelho pode ajudar. Ver os meus olhos, olhar para dentro deles e procurar a sua mensagem. Mas um olhar de uma outra alma olhar para nós consegue ver o que o nosso reflexo não nos deixa ver. Sozinhos é mais dificil encontrarmo-nos nos caminhos da nossa alma!

quinta-feira, junho 16, 2005

O certo e o errado de quem?

O certo e o errado, resultam do encontro de ideias de uma cultura, mas têm como epicentro de todas as vibrações destes conceitos o ser individual. Temos a nossa cultura, a cultura da família, dos amigos e meio envolvente, temos a cultura da nossa sociedade, a cultura europeia, e a cultura mundial. Todas elas contendo-se umas às outras em nós, os indivíduos singulares, que pensam por si mesmo e ao mesmo tempo não.
Eu tenho o meu certo e o meu errado, mas estes podem variar diante das circunstâncias que tiverem que ser avaliadas. Não que sejam irregulares, mas são flexíveis, devido às condicionantes que cada circunstância pode ter. Esses meus conceitos não se identificam aos conceitos de muitas pessoas que me rodeiam, e a muitas mais pessoas que me rodeiam num raio de distância superior. Mas ao mesmo tempo continuam a existir aspectos comuns. Por mais distante que estejas de uma cultura e por mais diferenças que existam dos seus conceitos em relação aos teus, encontram-se sempre pontos em comum.
Talvez o meu certo e o meu errado estejam adequados a mim no meu mundo e o das outras pessoas a elas no mundo delas. Talvez até estejam todos certos... Não existam erros nas avaliações das pessoas. A velha frase de que "o que é certo para mim pode não ser para ti", pode até ser acrescentada de que apesar disso o que é certo para mim é o certo e o que é certo para ti também, apesar de serem dois certos diferentes. No fundo estão a ser avaliados em circunstâncias diferentes que podem ser ambas certas pois são o resultado de todas as associações do próprio indivíduo, no seu mundo.
Se assim é, não existe certo nem errado... Pois tudo está adequado ou não a ti! Tudo o resto são traduções de pensamentos pessoais para línguas universais. Nada mais!

sábado, junho 11, 2005

O sono...

O sono…

A entrega ao interior, à intimidade… Uma quietude de espírito e corpo que se vai conquistando ao longo do momento. A viagem sem tempo ou espaço que nos ocupa a mente com a revolução de pensamentos que se activam no repousar de vida. Os olhos fecham-se para o exterior mas abrem-se para o mundo que se revela todas as noites para nós. O nosso mundo, as nossas coisas, Nós!!!

Um corpo encostado nos braços da paz, uma alma que acorda do pesadelo e se rende à sua essência sem negar cada fruto da sua vida...

Enfim, no fundo deitar o corpo e repousar a mente é nada mais que o encontro com a nossa verdade. Somos verdadeiros e fieis ás nossas vontades. Nada nos limita ou nos impede de sermos e existirmos. O momento de cada dia em que vivemos, o resto do dia pairamos sobre a obrigação de existir.

sexta-feira, junho 03, 2005

Simples negação do evidente!

Filtro o meu olhar por entre desejos e condições. Navego pelas indecisões do espaço que me rodeia... E encontro-me nas embuscadas da vida ofegante que me contém.
Como o vento corre pelas coisas sem as viver também o meu ar me percorre sem me reconhecer. Instálo-me nas percursões constantes do ritmo do meu coração e aceito apenas as linhas concretas da minha razão. Serei feliz assim? Talvez procure a sombra que acumule todo o brilho do sol que dispara de todo o meu ser. Esse de que me escondo para não guardar as suas marcas doridas na minha pele. O vermelho do fogo que me queima, não por existir mas por ser o testemunho vivo da minha essência. Terei a felicidade tanto em brasa que me queimo mesmo sem querer?
Já me encontrei nadando pelas profundezas do desconhecido e emergi da desconsolação do indefinido com que não me identificava. No entanto continuo temendo os braços consolantes que me conquistam.
Uma procura que se prolonga pela necessidade de procurar. Um olhar confuso sobre o mais simples horizonte. No fundo uma incerteza pensada que podia não existir!

quinta-feira, junho 02, 2005

O tempo!

O tempo! Essa fuga incansável que germina numa infinita viagem sem paragem. Todos vivem tempos que se reflectem num só tempo. Uma imagem que surge pelo conjunto de todas as outras que existem nela mesma. Algo que ultrapassa o entendimento, que fica pela generalização.
Uma coisa nunca consegue ser repetida porque está sempre noutro tempo... (Que é o mesmo!)
Nunca vais conhecer o tempo todo, mas vais viver todo o teu tempo...
O tempo!
O tempo passa e não o podemos parar. Não podemos separá-lo das coisas, isolá-lo! Ele vive e é imortal! Tudo o resto morre, "desaparece"!!!!