segunda-feira, janeiro 28, 2008

Procuro!

E eu ando por aí e por aqui, por ali e por além à procura de mim, de algo com que me identifique, que seja mais eu, que me complete. Eu vou pisando o chão e tentando sentir os meus passos.
Todos procuramos o nosso destino, o sentido da nossa vida, tentamos constantemente acertar, abrir a porta certa... Andamos um tempo crentes dos nossos objectivos e outro tempo sem eles... Andamos à deriva de nós mesmos navegando em busca do nosso norte sem uma bússola, sem um mapa, sozinhos num oceano desconhecido e sem limites.
Procuro a chave para o meu futuro, procuro a porta, procuro o depois, depois de agora!

quinta-feira, janeiro 24, 2008

O tempo passa!

A chuva cai e molha... O tempo passa e seca! Enquanto dura, ela, molha e molha e chega mesmo a encharcar... Mas logo passa o tempo e tudo seca. Ás vezes é preciso mais, ás vezes menos, mas com o passar do tempo seca!
O sol vem e aquece... O tempo passa e arrefece! Enquanto dura ele aquece, aquece e chega mesmo a queimar... Mas logo passa o tempo e tudo arrefece. Ás vezes é preciso mais, ás vezes menos, mas com o passar do tempo arrefece!

Com o passar do tempo...
Pois é na vida tudo com o tempo vai mudando de sentido, ganhando ou perdendo formas, vai passando! O presente parece interminável até nos darmos conta que já não passa de uma simples recordação... A dor pode-se assemelhar a um punhal que carregamos e nos faz jorrar sem parar a nossa essência, mas a certa altura, porque há sempre essa altura, a certa altura o tempo arranca esse punhal e crava apenas na nossa memória uma recordação, uma cicatriz, por vezes, mas que já não doí, pelo menos não tanto como aquele punhal do passado! E o tempo vai passando e passando e naquele lugar pode nascer uma flor, uma estrela, qualquer coisa que nos faça ressuscitar para um novo momento de felicidade.

Mesmo que o relógio parasse naquele momento único que nos eleva ao divino, mesmo assim o tempo não conseguiria evitar que a certa altura esse momento já não nos oferecesse o mesmo prazer.

Mas que seríamos nós se vivêssemos sempre as mesmas emoções? Que gozo teria? Viver parado no tempo? Para quê? Nós somos filhos do tempo, mistura de dor e prazer. Somos porque o tempo nos faz! ...e ainda bem!

É por isso que vivo! Sou capaz de sentir e quero sentir! Quero sofrer, rir, cair, levantar-me! Já esfolei os joelhos, já cantei à chuva, já sofri de amor, já sonhei, mas quero mais, quero o tempo a passar por mim e vive-lo como tiver que ser!

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Banal vs Divino

Num mundo de banalidades, futilidades, vulgaridades, tornam-se comuns as atitudes em que se deveriam valorizar o amor, as amizades e o altruísmo puro. Não são comuns, minha gente. Não são! Será que ninguém atribui o verdadeiro mérito a essas pessoas que lutam pela sobrevivência destes valores?

Já não existem aquelas paixões secretas em que se fugia do mundo só para poder amar, já não existem mulheres e homens que entregam a vida em nome dos seus valores, que dão a sua vida e que se dão por completo... Já não existem príncipes nem princesas, não existem salvadores ou conquistadores. Existe apenas o resultado da morte radical destas posturas de vida. Existe um luto á vida encantada, ao mundo de emoções e de sensações.

Hoje vive-se porque tem que se viver e se um sentimento surge opondo o nosso rumo, ignora-se só porque é mais fácil, só porque dá muito trabalho percebe-lo e aceitá-lo. Vive-se sem aventuras, sem correr riscos, sem paixão! Um mundo insosso, sem pimenta e sem açúcar. Criamos um mundo para pertencermos e esquecemos de viver o que nos rodeia.

Queria eu saber o que é paixão, amores impossíveis, fugas de amor, mas, neste mundo de banalidades em que me encontro, impossível é, apenas, conhecer tais emoções. Conhecer o divino através de nós mesmos e da nossa história!

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Inesperadamente bem!

Levo calmamente os meus segredos aos meus sonhos… Discuto o mundo, discuto a vida e faço o tempo passar. Sorrio com o olhar e canto baixinho o meu sossego. Sinto o vento levando e trazendo memórias, desvendando os resguardos do meu coração. Em mim se descobrem as preces de tantos tempos, de tantos desejos que omiti de mim mesma. Um encontro sem fim, um encontro de amor e paz num só momento que prezo viver e respirar. Único momento, singelo e puro, mas único… Não seria único nem singelo nem puro senão fosse este momento. Mágico momento em que me encontro e que vivo e que respiro, que ansiei, que desejei! Mágico e único!

Hoje, nesta noite, como todas as outras, me sento e conto como regozijo estas sensações que me trespassam sem motivos aparentes. Sentimento que desconheço, mas que conforta, paz que não compreendo, mas que me liberta, felicidade de origem desconhecida, mas que me faz ressuscitar! Ai como me sinto bem! Como me sinto feliz e leve e eu e estranhamente alegre, nostálgica e calma. Como abraço o momento e me deixo ser ele por este instante… Não quero saber se amanha o dia será ou não escuro, se a vida será ou não enublada, se as lágrimas me vão encontrar ou não… Quero apenas este momento em que sonho acordada e me sinto bem! Inesperadamente bem!

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Fácil ou difícil...nós mesmos!

Recordar, sentir, viver… Um pouco de nós em nós mesmos. Sorrisos esquecidos, lágrimas perdidas, mas sempre um pouco de nós. Não interessam as ruas sujas por onde passamos, os turbilhões de incertezas que enfrentamos, as vezes que caímos, as roupas que vestimos ou as pessoas com que falamos. Interessa apenas naquilo que nos tornamos em cada passo que damos.

Somos humanos e cometemos erros, é certo! Mas de todos os erros, talvez o maior é nos deixarmos presos a eles, presos aos nossos e aos dos outros…

Os caminhos podem ser diferentes, os pés que os percorrem também, mas a forma como caminhamos é que nos indica se conseguimos ou não chegar ás metas que desejamos. Nem sempre escolhemos o mais certo, mas se soubermos abrandar ou acelerar os passos, consoante as necessidades, temos mais hipóteses de vencer.

Por vezes, no meio da chuva, apetece-nos esperar que ela pare… Por vezes, no cansaço, surge o desespero e apetece parar… Mas o tempo não para, a vida não espera e nós temos que seguir! Somos tudo isso que nos envolve e todos esses passos que damos! Fácil ou difícil, pouco importa, porque somos tudo isso e em tudo existe sempre um pouco de nós mesmos!

sábado, janeiro 12, 2008

Bom dia mundo!

Sorrateiramente, como quem não quer ser visto ou ouvido, um raio de luz entra pelo meu quarto escuro. Ainda é cedo! Bocejo por mais umas horas, mas o dia chama-me lá fora. Chama, grita e invade o meu espaço até eu desistir de lutar e a preguiça perde. Levanto-me para mais um dia! Tantos sonhos, tantas ideias, tantas coisas planeadas e outras por planear. Tanto para ser vivido que um só dia não chega...
Abro a janela para este dia, encho-me com toda a sua luz e procuro-me nele. Aqui estou eu! Cheia de ilusões que a noite me trouxe, cheia de esperanças, cheia de vida. Dou um passo para a rua e o frio faz-me sentir verdadeiramente acordada. As pessoas e os carros de um lado para o outro confundem-me... Bom dia mundo! Ninguém me ouve? Bom dia mundo! Bom dia!

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Um sonho

Estava de pensamentos desarrumados, de emoções enroladas, de respiração descontrolada, quando surgiu de uma simples presença o instinto pleno de paz e aconchego. O vento deixou de ser vento e apenas uma brisa leve que me balançava os cabelos. Ele passeava a sua mão no meu rosto e conquistava-me com o seu olhar penetrante, as suas palavras simples e sinceras. De mim brotava um sorriso interminável, os meus olhos brilhavam! Estava ainda incrédula a tanta paz, tanto aconchego, tantos sentimentos cheios de vida e de esperanças. Essas que eu perdera à tão pouco tempo, que se foram embora e me abandonaram no leito da mais intensa tristeza que me ia consumindo como chamas que ardiam no meu peito.

Sentia-me bem, não conseguia definir aquelas sensações senão dizer que me sentia bem. Calma e serena, segura e amada. Podia ser só um murmúrio de esperança, mas estava-me a fazer bem! Fechava os olhos e deixava-me ser guiada pela mão que me acariciava, entreguei-me sem questionar, sem temer. De mim, nem sequer se aproximavam as dúvidas habituais... Estava a viver um sonho!

Acordei no meu quarto! Olho á minha volta e não encontro nenhum vestígio de realidade no meu sonho. As lágrimas quiseram vingar a minha dor, mas não as deixei. Como poderia trocar todas aquelas sensações boas que conheci no meu sonho por lágrimas de tristeza? Não! Tinha que guardar o pouco que ainda recordava e tentar sentir até acabar.

Fui á janela, olhei o céu! Era ainda de noite e podiam-se ver algumas estrelas, apesar do céu enublado. A brisa entrou pelo meu quarto e balançou os meus cabelos... Que sensação tão familiar... Fechei os olhos e deixei-me ir...

segunda-feira, janeiro 07, 2008

A dor em nós

Quando a tristeza nos assola, se chega bem perto e nos agarra como se precisasse de nós para viver...
Quando os olhos pesam tanto que se tornam pequeninos tentando evitar a luz...
Quando o bater do coração se torna uma dor de ritmo constante que não conseguimos aguentar e nos faz comprimir o peito, custando-nos respirar...
Quando perdemos até o sabor dos alimentos e até o nosso preferido parece não saber a nada...
Quando, mesmo com milhões de pessoas á nossa volta, o silêncio não nos larga...
Quando perdemos a vontade do amanha...

Quando tudo isso acontece, a dor já está instalada, já a deixámos vasculhar o nosso coração, já não podemos evitar a luta, a guerra que teremos que travar com ela e todos os reforços que trás consigo. Teremos que arrancar do nosso corpo, da nossa alma, essa sanguessuga que nos consome a vontade de viver.

Do nosso lado teremos aqueles que nos amam e estão dispostos a lutar... sim, porque nem todos estarão dispostos. Nestas alturas é a dor que nos vai apresentar as verdadeiras pessoas da nossa vida, aquelas que têm sempre um papel activo, vamos descobrir os figurantes, vamos conhecer todo o cenário em que nos encontramos...porque ás vezes estamos tão ofuscados que não o conhecemos, vamos acordar! Vamos ficar ainda mais tristes... mas certamente dessa tristeza sugaremos a nossa força. Com o passar do tempo a dor ficará cada vez mais fraca, e nós cada vez mais fortes. Com o passar do tempo, o amanha já será desejado, e a dor tornar-se-á, numa recordação... uma parte de nós, mas uma simples recordação!

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Mundo em desequilíbrio

Se tudo fosse mais fácil perderíamos o entusiasmo,é verdade! Mas porquê tão difícil?
Existem pessoas que derramam o sangue sem perceberem porquê...que perdem a vida sem saber porque existem e porque são mártires. Existem pessoas que nunca chegam a conhecer o amor, que nunca foram ou serão aquecidas, pessoas que se tornam objectos, que sofrem nas mãos de outras pessoas ou situações crueis. Pessoas que não podem lutar contra os seus destinos. Destinos que não escolheram!
O bem e o mal andam de mão dadas. A necessidade de equilíbrio no mundo, assim o obriga! Mas nós podemos escolher qual é a mão que queremos agarrar, qual o lado que queremos alimentar, que tipo de pessoa queremos ser! Atrás de todo o bem que podemos ser é claro que virá todo o mal que podemos ser... Mas não será melhor sermos o bem com o mal atrás do que o mal com o bem atrás?
Sei que deve parecer confuso...tantas vezes já discuti sobre o equilíbrio da vida. O mundo tem sempre dois lados, não há amor sem ódio, quente sem frio, alegria sem dor, bla bla bla...tudo o que já discuti! Mas porquê tanto mal de um lado e tanto bem de outro?
Diz-se, em muitas religiões, "Faz bem ao próximo!", contam-se histórias de pessoas que trocaram vidas de riquezas materiais por vidas de mais sofrimento para ajudar o próximo, Jesus morreu por nós... Tudo isto me parece fazer sentido! Agora sim começo a perceber estas palavras sábias que circulam pelo mundo à tanto tanto tempo. Os sete pecados mortais...agora percebo! Tem tudo a ver com o equilíbrio e a forma como a natureza foi criada!!!
Quanto mais tivermos, menos alguém terá! Se nos mantivermos pelo essencial estaremos a dar mais oportunidades de alguém ter também o essencial. É um ciclo! É um ciclo como a própria vida, como a natureza, o mundo...
Por isso existe tanta dor, tanto sofrimento... Para termos, também precisamos dar! Muitos não dão nada senão a eles próprios...
Está nas nossas mãos encontrar, de novo, o caminho certo!