sábado, dezembro 22, 2007

A alegria escondida!

Paz... Não há caminho da felicidade que se consiga sem paz!
No meu nem sempre me deixei acompanhar por ela, pensava que era ela que não me seguia, mas hoje descubro que era eu que me escondia dela...

Parece confuso o meu pensamento, mas vou tentar explicar como eu mesma o entendo, como eu mesma o descobri!

Passamos o tempo a reclamar do que poderia ter sido, do que não é e de tudo o que queremos e não conseguimos alcançar. Passamos o tempo a olhar pela janela em vez de sairmos pela porta fora à procura do que tanto desejamos. Passamos o tempo á espera que algo aconteça... E que fazemos nós? E que razoes temos nós de reclamar? E tudo o que temos, porque não valorizar?

Conheci duas jovens que me mostraram como o mundo não sabe viver. As suas vidas eram de um sofrimento que não se imagina. Ouvimos, todos os dias, sobre as crueldades do mundo, mas quando as conhecemos pessoalmente tudo muda de figura. Deixam de ser notícias e passam a ser verdades que se vêem, se sentem e conhecem. Contavam suas histórias como uma inocência sincera e com o desconhecimento de que suas vidas eram uma conquista sobre todos as cruzes que carregam. Eram vivas e cheias de alegria. Muito mais do que aquela que conheço, esta que penso que me encoraja a viver e que apenas me ilude sobre o mundo em que vivo. A alegria delas era verdadeira. Eram vitórias que não derramavam lágrimas, eram luzes que brilhavam mesmo que algo as tentasse ofuscar. Tinham tudo para perderem as forças, mas tinham a coragem de quem acreditava na vida e nas pequenas coisas boas que esta lhes vai trazendo! Os amores, eram as suas maiores vitórias. Ambas, jovens de 20 e 21 anos, amavam e eram amadas. Lutadoras, alegres e felizes!

E nós? E nós jovens que temos tudo, que conhecemos a escola, as noites de festa, os jogos de computador, as consolas, a roupa da moda, as refeições e as comidas da nossa vida apressada (apressada de nada, porque nada temos que apressar), o amor de nossos pais, que temos amigos, que conhecemos o mar, vivemos na paz e com tudo o que a nossa sociedade nos oferece? E nós jovens? De que nos queixamos nós? Porque vivemos em psicólogos e achamos que o mundo está contra nós? Porque desejamos a morte só porque a certa altura conhecemos a dor?

Somos ingratos, ignorantes e cobardes! Desconhecemos o mundo e temos a mania que sabemos tudo! Somos os portadores da maior doença de todos os tempos, a mania de sofrer por tudo e por nada! Esquecemo-nos de viver com tanto medo de sofrer!

Não olhamos o sol quando nasce ou se põe, não vemos as flores da nossa rua! Alguém me sabe dizer que árvores ou plantas tem na sua rua? Não damos graças pelo que temos e apenas reclamamos pelo que não temos...

Tenho pena...Pena, porque também eu me inseri nessa sociedade consumista que não regozija o que tem, porque me deixei levar pela corrente e não me apercebi.

Mas quero intensamente libertar-me destes vícios de ser e conquistar a coragem de viver o que a vida tem para me dar! Quero conhecer essa alegria que as duas jovens me apresentaram sem terem noção da riqueza que possuíam!

Obrigado!

domingo, dezembro 16, 2007

Abandonado para ser esquecido!

Caminhava, desorientada, pelas ruas solitárias desta noite fria e enublada, quando reparei num pedaço de papel no chão. Estava enrugado no chão como que abandonado para ser esquecido! Não consegui conter a minha curiosidade e, desculpando-me a mim mesma de que o iria apanhar apenas para colocar no lixo, peguei naquele pedaço de papel abandonado e abri-o para ver o que era. Era mais do que um papel atirado ao mundo para ser esquecido... Eram palavras que se desenhavam numa tradicional forma de amar. Era uma carta de amor! Quem diria, uma carta de amor! Nem sabia que ainda existiam. Pensava que era um mito nos dias de hoje, que alguém tinha inventado este conceito numa fábula ou num filme qualquer que, de tanto sucesso que alcançara, tivesse sido confundido com a realidade. Mas não! Era mesmo verdade! Estava ali naquele papel enrugado e abandonado para ser esquecido, estava ali nas minhas mãos! Eu li e reli vezes sem conta. Como pudera ser abandonado desta maneira? Eram palavras mágicas nem que fosse pela recordação que poderiam ser um dia. Ainda existiam palavras de amor, ainda existia quem as escrevia. Neste mundo tão vazio de amor ainda existia alguém que vivia para amar.

Continuei a andar por aquelas ruas solitárias. Levei comigo a carta e tenho-a guardada para nunca me esquecer que é real, é possível e ainda existe quem o sinta!

sábado, dezembro 15, 2007

Nós e o tempo...o tempo e nós!

O tempo rebola na nossa vida como nós rebolamos nele.
Desde que nascemos somos criados pelo tempo. Uma pequena bola de neve que vai crescendo com o tempo... Fica tudo guardado! Ficamos cada vez maiores! Cada vez mais crescidos...
Aprendemos com pequenos e grandes erros. Acima de tudo tentamos aprender a ser felizes, o que nem sempre conseguimos... Por vezes perdemos o rasto da alegria mas o sentido da vida é continuar à procura, nunca desistir por mais perdidos que pareçamos estar!
Acredito que quando não conseguimos sorrir devemos tentar fazer os outros sorrirem, certamente sorriremos também!

As coisas não acontecem sem propósitos. Tudo tem o seu sentido! Quando caímos, caímos porque temos que aprender a levantar-mo-nos. Quando choramos, choramos porque temos que aprender a limpar as lágrimas que escorregam pelo nosso rosto atingindo o nosso coração. Somos filhos do nosso tempo! Desde o nosso primeiro segundo até o nosso último escrevemos a nossa história. O nosso tempo! O tempo que nos foi reservado e todas a mil formas em que nos tornámos e todas as mil formas como aproveitámos esse nosso tempo!

Ás vezes andamos ás escuras, às vezes nada parece ter sentido... Tudo parece ser nada e o tempo parece que não é contado, mas sabemos que não é bem assim! O relógio não para...o mais certo é sermos nós a parar! E é nessas alturas que deixamos de nos encontrar, quando paramos. Haja o que houver, existimos e, se existimos, temos que usar o tempo a nosso favor! Parar é que não!

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Não queria acordar assim!

Escondida numa obscuridade que não existia...eu mesma no meio de cortinas que inventava para não me poder ver!
Suspiros de um ser que se contraria diante da dor! Que se revolve em discussões internas, que fecha os olhos como se tentasse fechar o coração!
Descobri-me assim! Parecia uma criança que tentava enganar o mundo... Como se conseguisse! Rio agora dessa vontade de querer iludir, rio porque sei que é inútil e incapaz! Poderá resistir a pequenos sopros do tempo, mas nunca a vendavais ou ao próprio tempo! É uma defesa indefesa a si mesma! É uma falsa defesa que mais tarde ou mais cedo se iria desmoronar...

Agora dispo-me à verdade, ao frio, à loucura e tentarei ser eu! Tentarei assumir os espinhos das rosas que carrego comigo, libertar os meus sorrisos e lágrimas escondidas...

Sim! Dizer sim! Eu sofro! Não sou imune a esse rebelde sentimento! E sinto-me mais leve por assumir essa verdade! Sinto-me autêntica! Sinto-me eu!

Tudo começou enquanto velejava o meu barco encantado. Balançava nos braços da magia que acolhia a cada momento que passava. Sentia o meu coração preenchido e sentia-me verdadeiramente amada. Apesar de tempestades que, por vezes se avistavam, conseguia sempre controlar o barco e nunca me perdia da minha rota... Eu e ele numa viagem encantada pelos mares da vida... Dois passados que se encontravam num presente e construíam um futuro apenas, juntos naquela viagem para toda a eternidade!

Estava tudo tão bem definido quando uma onda enorme me abalroou... Perdi os sentidos! Tudo se desorientou... Acordei sozinha! Sem barco, sem maré, sem rota, sem ele... Não sei ao certo que nos aconteceu... Quando acordei já tudo tinha sido desfeito!
Senti-me revoltada! Evitei a tristeza...

E tudo começou assim!

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Na despedida...

Dentro de mim uma chama que me consome o ar e me leva a desistir. Tenho medo do caminho para que me arrasta. Medo de não ter forças...
Perdi tudo!
Disfarcei a minha dor e acreditei que ela não existia. Sinto-me intensamente abandonada por mim própria. Já nem sei quem sou ou quero ser, pouco sei do que fui...
As nuvens desceram do céu e passeiam pelas ruas. Não me deixam ver por onde caminho, não me deixam ver as pedras do chão em que tropeço. não me deixam ver uma mão para me ajudar a levantar... As nuvens cerram o meu olhar...
Sinto-me perdida...
Que o sol lindo que sempre acompanhou a minha alegria me perdoe... Felizmente conheci a sua magia. Vivi entre flores e cores, vivi em sorrisos e muitos amores. Agradeço aos que me amaram e peço perdão... Que de mim guardem a minha alegria, as minhas palavras tontas. Que no dia da despedida eu possa ser apenas uma boa recordação.
Talvez um dia me compreendam!

Estranho

Pesa tanto...
É tão estranho...
E mais estranho é não saber que estranho sentimento se aloja em mim.
É envolvente e entranha-se em cada momento do meu tempo, em cada passo que dou, em cada pedaço de mim que se dissolve em partes esquecidas de um "eu" que não se encontra. Bate bem dentro um compasso incerto desse estranho sentimento. Ás vezes fraco, ás vezes forte... Tão forte que me fere, me massacra em cada parte de mim que já sofreu.

Estranho sentimento que agora me pertences: És bom ou és mau? Vais permanecer ou vais-me deixar? Estranho sentimento, apresenta-te a mim como o todo que és. Mostra de vez a tua cara para eu poder decidir se luto ou desisto de ti. De onde vieste?

segunda-feira, dezembro 03, 2007

A terra é redonda!

Apesar do que se pensa, não foi Colombo o primeiro a acreditar que a Terra é redonda. 2000 anos antes dele, já os gregos acreditavam, chegando, mesmo, a calcular o diâmetro da Terra ficando muito perto do valor real.
A terra é redonda e não devia ter os cantos obscuros que possui! É contaminada de dissabores que se escondem, como que, em cantos que se escondem, também, de nós.

Ouvimos falar de guerras, as guerras que a história nos conta, as guerras que, ainda, nos nossos dias se revelam. Ouvimos, mas desconhecemos o conteúdo, a essência e toda a sua força no mundo, nesta Terra que é redonda.

São mortes sem razões, sofrimentos que sobrepõem à fome, à dor, recordações que nunca mais se perdem! Existem tantas feridas que desconhecemos, tanto sangue derramado que nunca vimos ou veremos, tantos segredos... Que mundo é este? Que Terra redonda é esta que esconde tanto de nós?

Será que somos nós que não queremos ver? Será que nós é que somos os cegos deste mundo?

Talvez! Talvez sejam tantas cicatrizes, tantas feridas abertas que não conseguimos saber de todas! Talvez sejam véus que certas pessoas espalham pelo mundo fora... Talvez!

Mas o mal existe e muito mais do que pensava existir!

Hoje li um artigo sobre a Jugoslávia. Falava das quedas políticas do séc. XX e da situação actual do Kosovo e da Sérvia. Falava dos confrontos entre os cidadãos, entre os políticos, falava sobre a Soberania Estado-Nação... Soberania Estado Nação! Mas como se pode pensar em Soberania Estado-Nação quando milhões de pessoas sofrem com esta guerra? Como se pode pensar e apoiar o racismo entre povos? Como pode o mundo não se envolver?

Matam-se por serem de regiões diferentes e estarem a ocupar espaços que "não lhes pertencem". Humilham-nos, tratam-nos como lixo... Como pode este mundo possuir pessoas tão vazias? Onde estão os direitos do Ser Humano?

Terra, tu que és redonda, diz-me porque escondes em ti estas pessoas? Como permites que habite em ti sentimentos tão cruéis? Porque não despejas, de ti, toda a dor, guerra e sofrimento?

sábado, dezembro 01, 2007

Céu cinzento!

Ontem azul, hoje cinzento como nunca vi! O céu! O céu entristecido num dia que não sei de quem é!

Parece querer chorar...talvez ainda hoje consiga. Talvez ainda consiga derramar suas palavras esquecidas, seus medos, suas dúvidas... Talvez ainda consiga mostrar, que além de um céu cinzento, é um céu que se quer afirmar, que quer gritar ao mundo "Estou aqui e existo!".



Poderia dizer que o sol está por detrás de uma nuvem á espera do seu momento, mas não vejo nuvens, vejo um manto enorme que cobre este céu como um todo.

Vejo o preto e o branco envolvidos numa cor que tentamos ocultar da nossa paleta.

Vejo um sorriso fechado, uma luz que ofusca a escuridão mas que se mistura com ela.

Vejo-me a mim num deserto esperando encontrar a paz.

Um deserto sem sol, sem calor... Um deserto que não surge nos mapas, mas que existe em mim como eu existo nele!

Um deserto que apenas este céu conhece!

Um deserto de sonhos, de desejos, de ilusões...



O céu continua cinzento! Triste. Cinzento e triste!