quarta-feira, outubro 12, 2005

Egoístas ou altruístas

Podemos ser seres extremamente egoístas ou extremamente altruístas nos nossos sentimentos. O ser humano dá pelo prazer de dar ou simplesmente pelo interesse de dar. Daí surge o confronto das intenções com que podemos tomar as nossas atitudes.

Quando amamos alguém podemos senti-lo pela forma desinteressada com que queremos o bem dessa pessoa. Amar sem razão alguma, meramente porque essa pessoa tem razões que a nossa razão desconhece para ama-la. No entanto, também podemos amar porque essa pessoa tem coisas que nos fazem bem, que queremos, que gostamos de sentir. Não porque essa pessoa existe para o mundo, mas porque essa pessoa existe para nós. Desta forma tudo o que podemos fazer fica equilibrado com o que sentimos antes de fazer, isto é, se o fazemos para agradar, dando desinteressadamente, ou se o fazemos para nos agradarmos a nós, mesmo estando incluído o bem-estar da pessoa.

Para mim a mais bela forma de dar é a que tem com prémio o contentamento da outra parte, em primeiro lugar. Querer o bem do outro sem pensar no nosso. È uma forma pura de agir e de amar!

Posso reflectir esta observação em vários pontos da vida do ser humano, tanto na sua vida activa social, familiar como íntima. Nas relações existem intenções que as antecedem e são essas que as tornam ou não sinceras. No fundo todas as atitudes que tomamos mesmo para o bem-estar de outrem incluem o nosso prazer, de alguma forma, nem que seja o prazer de ver o outro feliz, mas este é um interesse mais altruísta e logo muito mais saudável.

Podemos ser simpáticos no nosso local de trabalho apenas com a intenção de sermos louvados pela nossa atitude ou porque assim o somos e sentimos que as pessoas que nos rodeia o merecem. Podemos ser filhos exemplares porque é uma forma de obtermos enaltecimento pela parte dos nossos pais ou simplesmente porque é uma forma de os fazermos felizes. Podemos ser os amantes mais intensos porque procuramos o nosso prazer ou apenas porque queremos oferecer o melhor de nós ao nosso parceiro.

Em tudo podemos ser egoístas ou altruístas... Assim como o amor também o pode ser!

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