sábado, dezembro 27, 2008

Sozinhos...não!

Às vezes estamos tão certos de nós mesmos, sentimo-nos tão qualificados para realizar os nossos objectivos, estamos tão decididos... Às vezes somos tão corajosos, invencíveis, sonhadores... Saltamos rochedos, percorremos maratonas, voamos e navegamos em mares de tempestades impossíveis de navegar. Ás vezes acreditamos que somos super-heróis e que conseguimos salvar o mundo...
Mas tudo parece uma loucura quando abrimos os olhos e vemos que somos de carne e osso, que não temos asas nem a coragem, nem a força dos nossos sonhos! Somos tão fracos, tão vulneráveis... Precisamos de tudo e de todos. Falta-nos a coragem para vencermos as nossas fraquezas, os nossos receios, as nossas dúvidas. Somos inseparáveis do resto do mundo e precisamos de alimento humano para sobrevivermos. Precisamos de conhecer outras fraquezas, precisamos do silêncio de um carinho, precisamos de uma multidão de vozes em coro que nos confundam, orientem, nos aconselhem e nos critiquem. Precisamos de um irmão e de um inimigo. Precisamos de conhecer o bem de outros para sentirmos que estamos mal e o mal de outros para sentirmos que estamos bem! Precisamos de um mundo inteiro de sentimentos e realidades que nos façam sentir vivos.
Não existimos sozinhos e sozinhos deixamos de existir...

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Do presente para o passado

Um dia tudo parece tão próximo, tão real, no outro tão distante... Os sonhos ou pesadelos parecem reais quando os vivemos, mas logo ao acordar a sensação de real vai-se dissipando, chegando, por vezes, a desaparecer!

A vida, de certa forma, pode-se comparar a estas experiências de imaginação dos nossos inconscientes. É um presente que constantemente se torna passado e que muitas vezes desaparece completamente do nosso armazém de memórias.

Um dia tão próximo, outro tão distante...

Em certas alturas estamos tomados por decisões que temos que tomar, alegrias que nos eclodem, tristezas que nos consomem, mas logo se tornam em registos meramente psicológicos. Bem, meramente psicológicos, porque os seus resultados físicos são novos momentos de presente, isto é, qualquer resultado de um presente tornado passado já não pertence ao mesmo tempo, sendo assim uma nova realidade em que tomaremos novas decisões e viveremos novos sentimentos e situações.

Cada segundo nosso é um presente apenas por um segundo e é apenas parte da nossa vida real, física, durante esse tempo, depois apenas um espaço na nossa memória, no nosso inconsciente ou consciente.

A vida parece apenas um acumular de recordações. E tentar ser feliz apenas me parece ser uma tentativa de acumular o máximo de recordações boas… São essas recordações que carregamos que pesam em cada presente que temos e quanto mais leves estas forem, mais fácil é transformar cada presente num bom passado.