Às vezes estamos tão certos de nós mesmos, sentimo-nos tão qualificados para realizar os nossos objectivos, estamos tão decididos... Às vezes somos tão corajosos, invencíveis, sonhadores... Saltamos rochedos, percorremos maratonas, voamos e navegamos em mares de tempestades impossíveis de navegar. Ás vezes acreditamos que somos super-heróis e que conseguimos salvar o mundo...
Mas tudo parece uma loucura quando abrimos os olhos e vemos que somos de carne e osso, que não temos asas nem a coragem, nem a força dos nossos sonhos! Somos tão fracos, tão vulneráveis... Precisamos de tudo e de todos. Falta-nos a coragem para vencermos as nossas fraquezas, os nossos receios, as nossas dúvidas. Somos inseparáveis do resto do mundo e precisamos de alimento humano para sobrevivermos. Precisamos de conhecer outras fraquezas, precisamos do silêncio de um carinho, precisamos de uma multidão de vozes em coro que nos confundam, orientem, nos aconselhem e nos critiquem. Precisamos de um irmão e de um inimigo. Precisamos de conhecer o bem de outros para sentirmos que estamos mal e o mal de outros para sentirmos que estamos bem! Precisamos de um mundo inteiro de sentimentos e realidades que nos façam sentir vivos.
Não existimos sozinhos e sozinhos deixamos de existir...
Um devaneio crescente das ideias que nos percorrem a mente... Um espaço para as soltar sem querer saber porquê ou como se faz. Simplesmente fazendo!
sábado, dezembro 27, 2008
Sozinhos...não!
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Do presente para o passado
A vida, de certa forma, pode-se comparar a estas experiências de imaginação dos nossos inconscientes. É um presente que constantemente se torna passado e que muitas vezes desaparece completamente do nosso armazém de memórias.
Um dia tão próximo, outro tão distante...
Em certas alturas estamos tomados por decisões que temos que tomar, alegrias que nos eclodem, tristezas que nos consomem, mas logo se tornam em registos meramente psicológicos. Bem, meramente psicológicos, porque os seus resultados físicos são novos momentos de presente, isto é, qualquer resultado de um presente tornado passado já não pertence ao mesmo tempo, sendo assim uma nova realidade em que tomaremos novas decisões e viveremos novos sentimentos e situações.
Cada segundo nosso é um presente apenas por um segundo e é apenas parte da nossa vida real, física, durante esse tempo, depois apenas um espaço na nossa memória, no nosso inconsciente ou consciente.
A vida parece apenas um acumular de recordações. E tentar ser feliz apenas me parece ser uma tentativa de acumular o máximo de recordações boas… São essas recordações que carregamos que pesam em cada presente que temos e quanto mais leves estas forem, mais fácil é transformar cada presente num bom passado.
quinta-feira, novembro 20, 2008
Cor-de-rosa
sábado, novembro 15, 2008
Saudades...
segunda-feira, janeiro 28, 2008
Procuro!
Todos procuramos o nosso destino, o sentido da nossa vida, tentamos constantemente acertar, abrir a porta certa... Andamos um tempo crentes dos nossos objectivos e outro tempo sem eles... Andamos à deriva de nós mesmos navegando em busca do nosso norte sem uma bússola, sem um mapa, sozinhos num oceano desconhecido e sem limites.
Procuro a chave para o meu futuro, procuro a porta, procuro o depois, depois de agora!
quinta-feira, janeiro 24, 2008
O tempo passa!
O sol vem e aquece... O tempo passa e arrefece! Enquanto dura ele aquece, aquece e chega mesmo a queimar... Mas logo passa o tempo e tudo arrefece. Ás vezes é preciso mais, ás vezes menos, mas com o passar do tempo arrefece!
Com o passar do tempo...
Pois é na vida tudo com o tempo vai mudando de sentido, ganhando ou perdendo formas, vai passando! O presente parece interminável até nos darmos conta que já não passa de uma simples recordação... A dor pode-se assemelhar a um punhal que carregamos e nos faz jorrar sem parar a nossa essência, mas a certa altura, porque há sempre essa altura, a certa altura o tempo arranca esse punhal e crava apenas na nossa memória uma recordação, uma cicatriz, por vezes, mas que já não doí, pelo menos não tanto como aquele punhal do passado! E o tempo vai passando e passando e naquele lugar pode nascer uma flor, uma estrela, qualquer coisa que nos faça ressuscitar para um novo momento de felicidade.
Mesmo que o relógio parasse naquele momento único que nos eleva ao divino, mesmo assim o tempo não conseguiria evitar que a certa altura esse momento já não nos oferecesse o mesmo prazer.
Mas que seríamos nós se vivêssemos sempre as mesmas emoções? Que gozo teria? Viver parado no tempo? Para quê? Nós somos filhos do tempo, mistura de dor e prazer. Somos porque o tempo nos faz! ...e ainda bem!
É por isso que vivo! Sou capaz de sentir e quero sentir! Quero sofrer, rir, cair, levantar-me! Já esfolei os joelhos, já cantei à chuva, já sofri de amor, já sonhei, mas quero mais, quero o tempo a passar por mim e vive-lo como tiver que ser!
segunda-feira, janeiro 21, 2008
Banal vs Divino
Já não existem aquelas paixões secretas em que se fugia do mundo só para poder amar, já não existem mulheres e homens que entregam a vida em nome dos seus valores, que dão a sua vida e que se dão por completo... Já não existem príncipes nem princesas, não existem salvadores ou conquistadores. Existe apenas o resultado da morte radical destas posturas de vida. Existe um luto á vida encantada, ao mundo de emoções e de sensações.
Hoje vive-se porque tem que se viver e se um sentimento surge opondo o nosso rumo, ignora-se só porque é mais fácil, só porque dá muito trabalho percebe-lo e aceitá-lo. Vive-se sem aventuras, sem correr riscos, sem paixão! Um mundo insosso, sem pimenta e sem açúcar. Criamos um mundo para pertencermos e esquecemos de viver o que nos rodeia.
Queria eu saber o que é paixão, amores impossíveis, fugas de amor, mas, neste mundo de banalidades em que me encontro, impossível é, apenas, conhecer tais emoções. Conhecer o divino através de nós mesmos e da nossa história!
sexta-feira, janeiro 18, 2008
Inesperadamente bem!
Levo calmamente os meus segredos aos meus sonhos… Discuto o mundo, discuto a vida e faço o tempo passar. Sorrio com o olhar e canto baixinho o meu sossego. Sinto o vento levando e trazendo memórias, desvendando os resguardos do meu coração. Em mim se descobrem as preces de tantos tempos, de tantos desejos que omiti de mim mesma. Um encontro sem fim, um encontro de amor e paz num só momento que prezo viver e respirar. Único momento, singelo e puro, mas único… Não seria único nem singelo nem puro senão fosse este momento. Mágico momento em que me encontro e que vivo e que respiro, que ansiei, que desejei! Mágico e único!
Hoje, nesta noite, como todas as outras, me sento e conto como regozijo estas sensações que me trespassam sem motivos aparentes. Sentimento que desconheço, mas que conforta, paz que não compreendo, mas que me liberta, felicidade de origem desconhecida, mas que me faz ressuscitar! Ai como me sinto bem! Como me sinto feliz e leve e eu e estranhamente alegre, nostálgica e calma. Como abraço o momento e me deixo ser ele por este instante… Não quero saber se amanha o dia será ou não escuro, se a vida será ou não enublada, se as lágrimas me vão encontrar ou não… Quero apenas este momento em que sonho acordada e me sinto bem! Inesperadamente bem!
quinta-feira, janeiro 17, 2008
Fácil ou difícil...nós mesmos!
Recordar, sentir, viver… Um pouco de nós em nós mesmos. Sorrisos esquecidos, lágrimas perdidas, mas sempre um pouco de nós. Não interessam as ruas sujas por onde passamos, os turbilhões de incertezas que enfrentamos, as vezes que caímos, as roupas que vestimos ou as pessoas com que falamos. Interessa apenas naquilo que nos tornamos em cada passo que damos.
Somos humanos e cometemos erros, é certo! Mas de todos os erros, talvez o maior é nos deixarmos presos a eles, presos aos nossos e aos dos outros…
Os caminhos podem ser diferentes, os pés que os percorrem também, mas a forma como caminhamos é que nos indica se conseguimos ou não chegar ás metas que desejamos. Nem sempre escolhemos o mais certo, mas se soubermos abrandar ou acelerar os passos, consoante as necessidades, temos mais hipóteses de vencer.
Por vezes, no meio da chuva, apetece-nos esperar que ela pare… Por vezes, no cansaço, surge o desespero e apetece parar… Mas o tempo não para, a vida não espera e nós temos que seguir! Somos tudo isso que nos envolve e todos esses passos que damos! Fácil ou difícil, pouco importa, porque somos tudo isso e em tudo existe sempre um pouco de nós mesmos!
sábado, janeiro 12, 2008
Bom dia mundo!
Abro a janela para este dia, encho-me com toda a sua luz e procuro-me nele. Aqui estou eu! Cheia de ilusões que a noite me trouxe, cheia de esperanças, cheia de vida. Dou um passo para a rua e o frio faz-me sentir verdadeiramente acordada. As pessoas e os carros de um lado para o outro confundem-me... Bom dia mundo! Ninguém me ouve? Bom dia mundo! Bom dia!
quinta-feira, janeiro 10, 2008
Um sonho
Sentia-me bem, não conseguia definir aquelas sensações senão dizer que me sentia bem. Calma e serena, segura e amada. Podia ser só um murmúrio de esperança, mas estava-me a fazer bem! Fechava os olhos e deixava-me ser guiada pela mão que me acariciava, entreguei-me sem questionar, sem temer. De mim, nem sequer se aproximavam as dúvidas habituais... Estava a viver um sonho!
Acordei no meu quarto! Olho á minha volta e não encontro nenhum vestígio de realidade no meu sonho. As lágrimas quiseram vingar a minha dor, mas não as deixei. Como poderia trocar todas aquelas sensações boas que conheci no meu sonho por lágrimas de tristeza? Não! Tinha que guardar o pouco que ainda recordava e tentar sentir até acabar.
Fui á janela, olhei o céu! Era ainda de noite e podiam-se ver algumas estrelas, apesar do céu enublado. A brisa entrou pelo meu quarto e balançou os meus cabelos... Que sensação tão familiar... Fechei os olhos e deixei-me ir...
segunda-feira, janeiro 07, 2008
A dor em nós
Quando os olhos pesam tanto que se tornam pequeninos tentando evitar a luz...
Quando o bater do coração se torna uma dor de ritmo constante que não conseguimos aguentar e nos faz comprimir o peito, custando-nos respirar...
Quando perdemos até o sabor dos alimentos e até o nosso preferido parece não saber a nada...
Quando, mesmo com milhões de pessoas á nossa volta, o silêncio não nos larga...
Quando perdemos a vontade do amanha...
Quando tudo isso acontece, a dor já está instalada, já a deixámos vasculhar o nosso coração, já não podemos evitar a luta, a guerra que teremos que travar com ela e todos os reforços que trás consigo. Teremos que arrancar do nosso corpo, da nossa alma, essa sanguessuga que nos consome a vontade de viver.
Do nosso lado teremos aqueles que nos amam e estão dispostos a lutar... sim, porque nem todos estarão dispostos. Nestas alturas é a dor que nos vai apresentar as verdadeiras pessoas da nossa vida, aquelas que têm sempre um papel activo, vamos descobrir os figurantes, vamos conhecer todo o cenário em que nos encontramos...porque ás vezes estamos tão ofuscados que não o conhecemos, vamos acordar! Vamos ficar ainda mais tristes... mas certamente dessa tristeza sugaremos a nossa força. Com o passar do tempo a dor ficará cada vez mais fraca, e nós cada vez mais fortes. Com o passar do tempo, o amanha já será desejado, e a dor tornar-se-á, numa recordação... uma parte de nós, mas uma simples recordação!