quinta-feira, abril 28, 2005

Mensagem das árvores

Há anos que passo na mesma rua e a experimento ver em todas as estações do ano e mesmo assim nunca tinha visto aquelas árvores daquela forma. Nunca tinha visto como a cor rosa pinta o verde das suas folhas de uma forma tão mágica e tão querida.
Como é que ainda não tinha visto aquele cenário se ele está ali todos os anos para eu ver?
Procurei saber que árvores são aquelas. Ninguém a quem perguntei me soube responder.
Até hoje vi aquelas árvores com os olhos que sobrevoam suas visões sem as decifrar e que não penetram na beleza do que conseguem enchergar. Agora que vi mais do que umas simples árvores percebo a mensagem que me querem transmitir. Elas tanto insistiram que conseguiram ser vistas, mesmo que isso tenha levado alguns anos, mas conseguiram! Hoje passo por elas e já nos conhecemos. Elas sorriem-me e eu respondo-lhes com o meu sorriso, também. Fico feliz e elas sentem-no!
Á nossa volta existe tanta coisa a tentar chamar a nossa atenção. E ás vezes nós demoramos tanto tempo para nos apercebermos... Tanto tempo desperdiçado...
A vida, por exemplo, pede-nos para ser vivida intensamente, para olharmos para tudo com amor e não deixarmos passar as oportunidades de sentir cada pormenor que nos faz feliz de uma forma receptiva sem colocarmos entraves á felicidade. Mas nós, por vezes, demoramos anos a perceber essa mensagem tentando nos distrair na procura de explicações desnecessárias para a nossa felicidade. E acabamos por não viver tudo o que tinhamos para viver... São opções! E eu acho que agora vou começar a optar por viver! Não sei até quando vou poder fazê-lo... Por isso... É melhor começar agora senão não vou ter tempo para tudo!

terça-feira, abril 26, 2005

As minhas palavras

O que faço eu às palavras quando as uso para pintar uma história? Que diferença tem de quando as uso para contar? E para inventar?
Transformo o mais simples no mais complicado e vice-versa, uso o que cada palavra tem e o que não tem e crio algo novo que só eu consigo decifrar. Escrever para libertar ideias que raras vezes assumimos na nossa vida habitual (ou dominante), eleva-nos a um lado que nos completa, faz-nos ver o que tanto queremos ser, sentir, ver, de uma forma que vivendo não pode acontecer. Acontece apenas nas linhas que escrevemos.
Tenho o meu mundo físico que inclui o meu corpo e a minha racionalidade, que controla a minha existência, e o meu mundo espiritual que não divulgo senão pintando uma história.
Duas vidas! No fundo tenho duas vidas. Uma que vive para o mundo e outra que vive dentro de mim. E uma delas, e só apenas uma delas posso viver... A outra em palavras...

sexta-feira, abril 22, 2005

Um olhar... Basta para sentires a minha existência,,,
Livre para inventar...

quarta-feira, abril 20, 2005

Para os melhores amigos do mundo...

Tenho pensado imenso na sorte que tenho...

Ás vezes queixo-me disto ou daquilo, de problemas do quotidiano, mas no fundo tenho uma sorte do "caraças"...
Os Amigos!
Não existe nada melhor que a amizade e eu tenho a sorte de ter os melhores amigos do mundo.
:-)
Só tenho imensa pena de não lhes dizer, mais vezes, o quanto eles são importantes para mim. A vida é tão curta e quando menos esperamos tudo pode mudar e podemos já não ter as mesmas oportunidades...
Por isso para o pessoal aqui vai o recado:
Muito Obrigado por serem quem são na minha vida e por me terem ajudado a ser a pessoa que sou hoje. Á parte de tripes que às vezes temos, que são super normais, voçês são pessoas sensacionais e cada um tem algo muito especial na sua maneira de ser e todos juntos formam um grupo de amigos único!
Adoro-vos muito!!!!

quinta-feira, abril 07, 2005

domingo, abril 03, 2005

A minha tela

Pinto a tela vazia da minha vida com cores que misturo com os sentimentos que encontro no fundo do meu coração. Disfarço-os com o medo que alimento com cada passo que me recuso a dar, em cada vez que desisto de os sentir ou assumir. Suspiro uma vontade enorme de ser e contenho a voz que me revela ao mundo, essa que ouço como se fosse eu, mas que no fundo apenas me cobre e protege da luz que procuro e finjo não querer. Enfim sou, como todos os seres, fiel ao que os outros querem de mim e infiel ao que quero. O mais confuso é que, apesar de ter noção do que me acontece, continuo a deixar-me levar por esse conjunto de restrições que criam para mim como um esteriótipo da humanidade. Não me imponho nem demonstro a minha vontade abafando a minha frustação em momentos de tristeza e melancolia pelo que poderia ter sido se me tivesse seguido pela minha vontade.
Olhando para o quadro que pintei, até agora, da tela vazia que me entregaram ao nascer, vejo um reflexo de uma alma que surge de uma forma pensada e não espontânea como deveria ser. Uma alma artificial que criei segundo o que podia querer refugiando as emoções nas lágrimas que não aparecem na tela, com as quais lavos os pinceis com que pinto o meu quadro. E na galeria de quadros que encontro pelo mundo fora vejo o mesmo desenho que o meu. Pouco nítido e muito pouco sincero. Artificial! O resultado do que fazemos de nós mesmos. Um conjunto de quadros idênticos e que pouco expressam a vida... a verdadeira essência do ser...

sábado, abril 02, 2005

O inferno!!!

A reflexão de ontem, numa conversa entre amigos, abordou uma definição que nunca entendera bem, ou sequer me preocupei muito em entender. O inferno! Tantas vezes já ouvimos falar neste tema, tantas definições que lhe atribuiem e só ontem consegui realmente ter medo dele. E penso que não fui a única. O Renato sugeriu que o inferno poderia ser viver na eternidade a dor mais intensa que podemos imaginar. Senti-la sempre sem nunca cessar. Quando o ouvi imaginei a dor mais profunda que alguma vez senti. Não uma dor física mas sim uma dor que se sente e não se sabe bem onde. Uma angústia deseperante que nos aperta o coração e nos esgota a vontade de viver, que dói, dói e não nos é diagnosticada nenhuma doença pois é uma dor do coração. Imaginar que poderia sentir essa dor durante uma eternidade assustou-me tanto que, mesmo colocando a hipótese de o inferno não existir, senti medo dele como nunca tinha sentido. A brincar, disse que a apartir daquele momento seria uma rapariga certinha e não faria mais asneiras. Mas mesmo a brincar talvez tenha falado a sério. Imaginem que o inferno é realmente sentir a dor mais forte de toda a nossa vida para sempre. Algum de vós está disposto a arriscar ir parar ao inferno?

Os nossos dois lados...

Definitivamente somos um ser que se divide entre dois patamares, um que alcança com a razão e outro pelas suas mais puras emoções e necessidades. Para tomar qualquer decisão ou fazer opções o ser humano inclina as suas emoções para uma lado racional que advém de tudo o que aprendeu e viveu em sociedade. Pondera os seus sentimentos e coloca-lhe obstáculos, que a meu ver são uma forma racional de viver. Quando em crianças as decisões são tomadas deliberadamente pelo ser, dentro do que pode optar, sem quaisquer restrições ou visão de possíveis problemas e apenas regidas pela vontade. Ao longo da vida alguém nos vai dizendo o que podemos ou não fazer e com o tempo temos infiltrado em nós um conjunto de regras que influênciam directamente a nossa vida e a forma como a vivemos. Se tal não acontecesse e não existissem essas tais condições para viver seríamos completamente levados pelos momentos e agiriamos conforme a nossa vontade e não a esconderíamos tanto. Talvez encontrássemos nesse modo de viver o verdadeiro significado da liberdade. Quem sabe!
Toda a experiência vivida ao longo da vida se acumula e nos dá rumos diferentes dos desejados porque mudamos as nossas ideias acerca do que queremos consoante o que nos vai acontecendo. Se sofremos por algo tentaremos não passar por isso novamente, se somos felizes tentaremos aproximarmo-nos dessa experiência mais vezes. Ganhamos medo ou coragem para determinadas escolhas da vida. O medo impede-nos de optar pelo sofrimento, ou simplesmente pela possibilidade deste acontecer e a coragem incentiva-nos a arriscar experiências idênticas às que anteriormente nos levaram à felicidade. No fundo, entendo perfeitamente este modo de viver, mas por outro lado revolta-me, visto que muitas das vezes, senão na maior parte, acabamos por não sermos nós mesmos. Tantas escolhas que fiz apartir destes princípios em que não respeitei a minha vontade. Tantas vezes que a omiti, que optei pelo que, segundo tudo o que vivi, me parecia mais certo fazer, mesmo que não fosse essa a minha vontade. Será que não deveriamos mudar a nossa maneira de pensar? Será que não deveriamos largar esse lado racional que tantas vezes nos impede de sermos nós mesmos e de alcançar a felicidade completa do nosso ser? Não será esta vida que criámos o caminho para a frustação, se cada vez mais somos mais idênticos, mais um animal que é comandado pelas regras e que ofusca os seus sentimentos nas suas acções?
Por mim afastava-me dessa razão social que criámos e vivia o que a minha vontade me incentiva a viver. Esquecia a dor que cada momento passado me trouxe e arriscava na luta e insistência em alcançar os objectivos que o meu coração possui sem os julgar pela razão. Mas... Este "mas" que todos temos vem do fundo mais profundo de todos os seres e impede-nos de sermos livres nas nossas escolhas! São palavras como este "mas" que temos que abandonar. Essas são palavras do nosso patamar racional... As do outro patamar deveriam ser mais fortes. Não será o "querer" mais intenso que um simples "mas"?