quinta-feira, dezembro 01, 2005

Gotinhas do céu!

Um céu escuro desfazendo-se em lágrimas geladas sobre o mundo desorientado.
Gotinhas do céu que trazem as lamúrias dos que miram a sua infinidade.
Que lavam as almas e congelam em si os males que nos atormentam.
Lágrimas que teimamos em não derramar por orgulho ou cobardia.
Lágrimas que nos tocam mas que não nos acusam.
Gotinhas do céu!

Sente-se o frio e arrefecem-se as vozes que deviam falar.
Contém-se num silêncio profundo o eco dessas gotas com que chocamos.
Fala-se do sol e disfarça-se a escuridão com uma vela que pouco aquece ou ilumina.
Não sabemos chorar como o céu mas não o lamentamos.
E derramamos em nós as maiores desculpas, mas que não são nossas,
Como nossas são essas gotinhas do céu!

Dentro dos corações batem bem fundo perfurando as consciências
Um plim plom que se mistura com as batidas deles mesmos
Ritmo das lágrimas que percorrem o nosso corpo mas que dele não saem
Lágrimas nossas...

Lágrimas da vida
Gotinhas do céu!

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