quarta-feira, novembro 07, 2007

Recordei!

Encontrei um amor que nunca tinha perdido... O meu coração disparou e ao mesmo tempo que queria sorrir os meus olhos encheram-se de lágrimas. Foi lindo o reencontro, lindo o momento que me devolveu a razão de ainda existir. Ainda se lembra das minhas palavras, das minhas canções, das minhas maluqueiras, das minhas paixões de infância, ainda se lembra de mim e de tudo o que eu era! Como é bom saber que os verdadeiros amores nunca se perdem, mesmo que o tempo e a distância lute para que termine... Como é bom saber que ainda tenho, na recordação de alguém, a minha alegria.

Hoje sinto que por mais que as saudades doam vale a pena sofrer assim...vale a pena porque é sinal que existem pessoas, momentos e sentimentos. É sinal que estamos vivos por razões muito bonitas e não porque, simplesmente, temos que estar!

Ela, ontem á noite, encontrou-me!

Eu...bem, eu consegui encontrar-me! E se, hoje, sinto que quero novamente amar, é porque ela me mostrou que vale a pena!

O reencontro fez emergir um poema que havia guardado há já alguns anos...



Olho a tua alma, pelos teus olhos...
Sublinho a tua vida, com o meu olhar!
E tento invadir um espaço que é só teu,
mas que quero conquistar!

Não me fechas a porta para esse lugar.
Não me negas o sonho, num só pequeno instante,
mas no mesmo momento, acende-se uma luz
e permaneces distante!

Diz-me porquê!
Diz-me só porquê
Que acendes a chama,
mas apagas-me o sonho
e não te deixas amar?
Diz-me porquê!
Diz-me só porquê
que me mostras o céu,
me dás tanta luz
e não me dás nem uma estrela?

Queria ser o teu sangue, ou pertencer á tua vida
Decifrar o teu olhar, saber os teus segredos
Pois de ti nada sei, nada sou de ti
Isso reflectem os meus medos...

Apesar da diferença, consigo-te amar,
da mais estranha maneira, por forças desconhecidas.
E, assim, já sou feliz, por te ter no meu olhar
vejo luz na escuridão!

Diz-me porquê!
Diz-me só porquê
Que acendes a chama,
mas apagas-me o sonho
e não te deixas amar?
Diz-me porquê!
Diz-me só porquê
que me mostras o céu,
me dás tanta luz
e não me dás nem uma estrela?





No meio do barulho que nos rodeava, ela pediu-me que lhe cantasse estes versos... Ainda se lembrava da música... Cantei! Há cerca de 7 anos que os escrevi... Ainda se lembrava!

sexta-feira, novembro 02, 2007

Eu

Converso com o silêncio na esperança de o destruir e conquistar um momento de magia, mas ele é indestrutível e combate a minha força com todo o seu poder, toda a sua presença!

Hoje perdi os meus sentidos. Esqueci-me de mim e esqueci quem fui. Á procura de um novo ser, deparo-me com a mais inquietante descoberta de mim mesma, a estranha forma de ser, da qual não me posso separar, mesmo que queira. Eu! A minha essência e todo o conjunto que me faz existir, ser vista e poder sentir. Gostava de poder não ser eu apenas por um instante, conhecer a formula de que sou feita e poder aperfeiçoá-la, quem sabe!

Mas sei que não posso sou impotente perante este meu desejo. Sou impotente a mim mesma, à minha sorte e ao meu destino.

Continuo então a estranha conversa com o silêncio na procura de uma introspecção suave sem me querer encontrar. Continuo a ser eu mesma a cada minuto que passa. Sozinha e arrasada por mim . Destruída e incapaz de lutar. Dentro de mim está a força, dentro de mim a coragem, a vontade e a minha existência, mas não me consigo alcançar, não quero e não sei porquê, sinto apenas uma vontade de adormecer.

Não estou triste, acho eu, apenas chocada, apenas longe de mim!