domingo, dezembro 16, 2007

Abandonado para ser esquecido!

Caminhava, desorientada, pelas ruas solitárias desta noite fria e enublada, quando reparei num pedaço de papel no chão. Estava enrugado no chão como que abandonado para ser esquecido! Não consegui conter a minha curiosidade e, desculpando-me a mim mesma de que o iria apanhar apenas para colocar no lixo, peguei naquele pedaço de papel abandonado e abri-o para ver o que era. Era mais do que um papel atirado ao mundo para ser esquecido... Eram palavras que se desenhavam numa tradicional forma de amar. Era uma carta de amor! Quem diria, uma carta de amor! Nem sabia que ainda existiam. Pensava que era um mito nos dias de hoje, que alguém tinha inventado este conceito numa fábula ou num filme qualquer que, de tanto sucesso que alcançara, tivesse sido confundido com a realidade. Mas não! Era mesmo verdade! Estava ali naquele papel enrugado e abandonado para ser esquecido, estava ali nas minhas mãos! Eu li e reli vezes sem conta. Como pudera ser abandonado desta maneira? Eram palavras mágicas nem que fosse pela recordação que poderiam ser um dia. Ainda existiam palavras de amor, ainda existia quem as escrevia. Neste mundo tão vazio de amor ainda existia alguém que vivia para amar.

Continuei a andar por aquelas ruas solitárias. Levei comigo a carta e tenho-a guardada para nunca me esquecer que é real, é possível e ainda existe quem o sinta!

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