quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Parar de mudar?!

Podemos ser bem velhinhos e ainda estamos em constante mudança... Nem sempre se nota ou sequer se consegue mas, penso que isso depende do nosso espírito. Se for um espírito livre e que saiba ver para além do seu mundo parcialmente construído, nunca deixa de saber mudar, senão dificilmente muda.
Posso-me referir à fase de desenvolvimento mais notória de mudanças, que é a nossa infância, para comparar esta ideia. Quando somos crianças o mundo é-nos desconhecido. Sentimo-nos inseguros de tudo o que somos e sabemos dele. No fundo temos o nosso espírito aberto a novas ideias e a novos valores que vamos ou não aceitar, segundo aquilo que entendemos deles, e estamos receptivos à mudança, pois crescer é tentar sempre ser um bocadinho melhor do que somos, independentemente do desenvolvimento físico. O que acontece quando se chega a uma fase adulta, é que na consciência de cada ser parece surgir uma personalidade crente de que atingiu a sua maturidade e por isso o que não mudou para melhor já não mudará, e permanecerá ao longo da sua vida como defeitos. Eu não sou muito crente nesse pensamento e não acredito que a partir de uma determinada altura da vida deixem de poder acontecer mudanças de personalidade de forma a extinguir os erros e defeitos de cada um. Para mim, tal só a acontece porque o ser humano se deixa acomodar com o que tem e persuade-se a ele próprio de que já não é capaz e já não há nada a fazer.

Por experiência pessoal, tenho noção de que tal mudança, é bastante difícil de acontecer, mas não é impossível. E além do mais, torna-se dificultada pela falta de empenho e determinação de nós mesmos. De nós mesmos...

E no final de tudo, porquê? Se afinal cada mudança é uma luta para sermos melhores, porque temos tanta dificuldade assim de mudar?

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