quarta-feira, maio 03, 2006

Equilíbrio do nada

Nada... Uma ausência de algo.
É por existir que se pode dizer que não existe, e que é nada. No fundo nada é um pouco de tudo que pode ser, num certo momento, nada.
Conceito que contém sem conter...
Quando nada existe é porque algo existe para poder não existir.
E assim se cria esta palavra...

Um oposto de sentido que só assim se define. Um dos opostos como todos os outros que nos criam. Sim, porque somos um conjunto que se equilibra. Existem sempre dois lados e um sem o outro não existe. Entre matéria e energia tudo se parece compreender entre dois lados que se complementam.
Entre o frio e o quente posso encontrar um "meio-termo". Mas será este o mesmo que para outro qualquer ser? Penso que não. Somos todos diferentes, mas acredito que existirá um outro ser que terá um meio-termo oposto ao meu e, assim, se equilibre com ele. E nos sentimentos? Também existem "meios-termos". Também somos diferentes e identificamo-nos com "meios-termos" diferentes. Acredito que a vida tenha sido fabricada com esta fórmula. O equilíbrio da matéria e da energia. E insisto que nada permanece sem equilíbrio e, se assim acontece, é porque tudo tem o seu equilíbrio. Novamente, tendo em conta que nada existe só porque algo existe para poder não existir.

Eu acredito no amor, mas também sei que o ódio tem que existir. Acredito na alegria, mas sei que esta não existe sem a tristeza...
Seria um mundo perfeito sem dois lados para cada coisa?
Penso que não...
O mundo seria metódico e constante. Porque estávamos em pleno equilíbrio e nada poderia mudar, porque não tinha sequer no que mudar. Deixava de existir vida e seríamos um simples cenário estático, como uma tela perfeita em que a pintura se manteria exemplar para todo o sempre. Saborearíamos apenas a noite ou o dia, sem sequer ter consciência de nenhum deles porque não sabíamos que existiam. O mundo deixava de se mover, nada se criava, nada se movia. Nada como um conceito puro e sem sentido. Porque na verdade nada existia. Um nada que não continha a ausência de algo, porque tudo existiria, assim mesmo, sem poder sequer deixar de existir.

Era estranho... E parece impossível!


2 comentários :

Anónimo disse...

Pois, o nada complementa o tudo, se definimos nada é porque primeiro temos o tudo. Sem o tudo o nada seria o tudo, e aí o que seria o nada? Nada na mesma... O equílibrio da vida é exactamente a suposição de que as coisas se complementam, não pode existir o bem sem o mal, nem o amor sem o ódio. Mas há uma coisa, no nosso universo a matéria não se complementa com a energia! A matéria é constítuida por energia e pode voltar a ser energia, E = mc2... A matéria complementa-se com a anti-matéria, aqui melhor que em qualquer outro lado, está a prova de que os opostos se atraem, a união de matéria com a anti-matéria correspondente resulta na aniquilação da matéria e da anti-matéria com a libertação de toda a energia que continham. Por exemplo, a energia libertada por um punhado de sal com a quantidade correspondente de NaCl de antimatéria, era suficiente para pôr um foguetão na Lua.
A vida não é um equilíbrio entre a matéria, mas sim entre a energia, pois a matéria não está equilibrada, mas a energia está, esteve, e estará sempre equilibrada.

Anónimo disse...

Tens uma forma muito interessante de encarar a vida e os problemas que dela advêm. Se fosse eu a escrever, muito provavelmente escrevia da mesma forma. Gosto imenso de ler os teus "desabafos", pareces ser uma pessoa muito realista e equilibrada. Continua porque acredita, tens imenso jeito para escrever. Fica bem.