quarta-feira, março 30, 2005

Acordar para a vida ou da vida...

Acordo e ouço o mundo lá fora a uivar intensamente os sons de sempre. Os carros passam apressadamente sem sequer sentir a estrada por onde passam... Todos os dias a percorrem e, apesar disso, quase não a conhecem de tão fria e insensível que se torna cada viagem de cada dia de cada pessoa.
O movimento da rua coberto pelo olhar cinzento do céu aumenta e centra-se na cidade. O dia começou! Mais um dia de trabalho, de uma rotina que seguimos já sem reclamar. Toma-se um café "para acordar", e segue-se a vida sem se reparar nela. Tanto movimento na rua e tanto sossego nessas almas inquietas que não conseguem ver nem sentir o que as rodeia pois têm os seus corações fechados...
O cheiro húmido do ar que passeia pelas ruas infiltra-se pelas ranhuras da minha janela. Levanto-me do leito aconchegante que me protegia e preparo-me para deixar os sonhos que vivo na noite, esses a quem entrego todo o meu ser e em que vivo verdadeiramente num mundo onde nada passa ao lado do coração e tudo se sente, tudo se vê! É como se tivesse que abandonar o mundo onde existem sentimentos que aquecem a vida das pessoas e as iluminam mesmo quando o sol não se levanta nos céus.
Lá fora, nessa rua que falo, nem o barulho ou o movimento ou o cheiro se sentem realmente. Tudo parece artificial e tudo o que não for passa despercebido...
Mas afinal, isto é que é viver?
Não creio, mas mesmo assim tenho que me levantar...

1 comentário :

Anónimo disse...

lindo